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Pecuaristas alegam calote de R$ 2 milhões e entram na justiça contra o frigorífico Balbinos de Sidrolândia

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Foto: Suélen Duarte

Cinco pecuaristas entraram na Justiça contra o frigorífico Balbinos Agroindustrial, de Sidrolândia, por falta de pagamento na compra de bois para abate. As ações, movidas entre 17 e 28 de outubro, apontam dívidas que somam mais de R$ 2 milhões. Em comum, os autores afirmam que a empresa suspendeu as atividades sob o pretexto de férias coletivas, deixando de quitar as notas fiscais vencidas em meados de outubro.

Em um dos casos, a dívida chega a R$ 843,4 mil. O valor se refere à soma de duas faturas pela venda de gado feita por um produtor de Campo Grande. Ele pediu à Justiça uma decisão rápida para garantir o bloqueio e a apreensão dos animais que foram vendidos, de forma a evitar prejuízo. Na ação, o autor ressalta que o montante representa a “renda crucial para a continuidade da atividade comercial e da subsistência familiar”.

Outro processo, movido também por um pecuarista da Capital, envolve R$ 26,1 mil. O valor foi apurado após o abate de quatro animais (três bois e uma vaca), conforme nota fiscal emitida pelo frigorífico. A ação de execução de título extrajudicial sustenta que o débito permanece mesmo após os descontos obrigatórios de contribuições.

Um terceiro produtor, médico veterinário de Campo Grande, cobra R$ 457,7 mil. Ele afirma que o frigorífico deixou de pagar a fatura vencida em 13 de outubro, data em que também anunciou férias coletivas. A petição descreve o episódio como “cenário de grave crise financeira e iminente insolvência”.

Outro caso envolve um pecuarista de Osvaldo Cruz (SP), proprietário de uma fazenda em Coxim. Ele relata ter vendido 27 bois Nelore por R$ 181,6 mil, com pagamento previsto para 13 de outubro. O valor não foi pago, e o produtor entrou na Justiça com uma ação para cobrar a dívida, pedindo também o bloqueio e a apreensão dos bens do devedor.

Já um produtor de Ribas do Rio Pardo cobra R$ 623,4 mil, também referentes à venda de gado realizada em outubro. Segundo a ação, os animais foram entregues e abatidos normalmente, mas o frigorífico não efetuou o pagamento. O pecuarista ainda pede o reconhecimento de R$ 9,4 mil adicionais, referentes ao incentivo do programa Precoce/MS, previsto em decreto estadual.

Nos cinco processos, os autores pedem bloqueio de ativos, penhora de bens e arresto de gado para garantir o pagamento. As ações tramitam na Comarca de Sidrolândia e mencionam a paralisação repentina do frigorífico como indicativo de dificuldade financeira.

O Sindaves (Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Carnes e Aves) de Sidrolândia comunicou aos trabalhadores que o frigorífico retomará as atividades em 6 de novembro.

(Com informações do site Campo Grande News).