Enquanto as indústrias ressaltam que estão se adequando às recomendações do Ministério da Saúde, preservando os seus funcionários e dando condições para que eles trabalhem de forma segura de prevenção ao Coronavírus, trabalhadores da JBS denunciam que na prática isso não está acontecendo.
O Sindaves publicou um vídeo em defesa dos funcionários destacando que iria acionar a justiça em busca de uma paralisação legal, porém neste domingo (22) emitiu uma nota informando que qualquer paralização está proibida por meio do decreto emitido pela Presidência da República onde fica definido, como serviço essencial a produção de alimentos e que a Justiça derrubou liminares em outras regiões onde determinava paralisações, alegando que as indústrias deveriam retornar a normalidade de suas atividades.
Os funcionários que enviaram imagens ao Noticidade, se mostram preocupados, pois o número de pessoas é elevado nos refeitórios e nos ônibus, sem máscaras, sem álcool em gel e equipamentos.
De acordo com as denúncias, “muita gente gripada, sem ventilação, funcionários se alimentando juntos compartilhando banheiro, e até agora a indústria não deu nenhuma posição se vai dar férias coletivas”.
A empresa JBS diz que já possui um sistema regulamentado de praxe contra proliferação de bactérias e outros agentes prejudiciais no processo operacional como também, de prevenção pessoal e já é trabalhada a conscientização sobre as práticas de higiene e cuidados, bastando apenas intensificar as mesmas dentro e fora da empresa.
Afirma ainda que é de extrema relevância que todos tenham a informação de que o pânico não coopera para redução da curva pandêmica do vírus, mas as atitudes preventivas sim. Além das normas de higiene já existentes, a JBS está intensificando a prevenção com medidas intencionais como: aumento do número de veículos de transporte a fim de reduzir aglomerações no trajeto ponto/empresa/ponto, limpeza completa dos veículos a cada troca de turno a fim de evitar transmissão de agentes virais e infecciosos, planejamento de triagem ambulatorial pré-turno, a fim de detectar sinais e sintomas.
A JBS afirmou que já adquiriu vacinas antigripais para todos os funcionários, porém não informou até o momento sobre a aquisição de álcool em gel e máscaras e também sobre medidas de afastamento remunerado de funcionários com sintomas de gripe que praticamente são os mesmos do coronavírus e deveriam ser impedidos de trabalhar para evitar a contaminação de demais funcionários.
“No ônibus é rotineiro ver pessoas tossindo, espirrando e com coriza, estamos com muito medo, se esse vírus chegar lá, a contaminação vai ser geral e será esparramada para Sidrolândia inteira”, alerta uma das funcionárias que conversou com a reportagem.
O Prefeito Marcelo Ascoli destacou que o decreto editado nesta segunda-feira (23) determina que as grandes indústrias, como a JBS e o Frigorífico Balbinos, terão 5 dias, para apresentar um plano de contingência que inclua distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas, na entrada e saída da empresa, no ambiente de trabalho (inclusive refeitórios) e no transporte coletivo obrigando a necessidade de reforço na frota prestadora do transporte.