Trabalhadores que atuam nos polos base da saúde indígena em Sidrolândia paralisaram atividades há uma semana. Eles denunciam que estão há quase dois meses sem receber salários, que são pagos por entidades conveniadas. Porém, estas não teriam recebido os repasses do Ministério da Saúde.
No polo de Sidrolândia, que atende cerca de 4,5 mil indígenas de 14 aldeias tanto no município como em Dois Irmãos do Buriti, 76 profissionais da saúde – entre médicos, dentistas, enfermeiros, agentes de saúde e outros – decidiram pela paralisação e apenas alguns pacientes prioritários recebem assistência. Em polos de outras regiões, como Dourados, Miranda e Aquidauana, trabalhadores decidiram pela redução de jornada.
“Sabemos que o Ministério está fazendo um reajuste no atendimento da Sesai (Secretaria da Saúde Indígena), mas estão sacrificando os trabalhadores. Estamos numa situação complicada, precisando de ajuda, não podemos ficar assim. Em nenhum momento o Ministério da Saúde emitiu nota ou nos informou sobre o que está acontecendo”, detalhou o chefe do polo base de Sidrolândia, Arildo Alves Alcântara.
Segundo ele, as unidades atendem cerca de 90 mil indígenas no Estado e todas estão sem repasses para pagar funcionários. “Não queremos prejudicar o serviço, mas estamos fazendo isso para ver se o Ministério da Saúde e a Sesai nos dão alguma satisfação, porque até o memento a gente não recebeu nenhuma comunicação. Tudo o que sabemos é de ouvir dizer”, completa.
O Ministério da Saúde confirmou que houve mudança no cronograma de execução financeira, mas que a destinação de recursos às entidades conveniadas que prestam serviço à assistência indígena já foram autorizados. O prazo máximo para a liquidação e pagamento das parcelas, segundo prevê a pasta, é até o último dia útil de maio, no caso, o próximo dia 31.
“O cronograma de execução financeira dos recursos para as entidades conveniadas da Saúde Indígena Missão Evangélica Caiuá, SPDM e IMIP está sendo ajustado junto ao Fundo Nacional de Saúde. Os ajustes são necessários para que seja possível a liquidação e pagamento das parcelas”, destacou a nota encaminhada a Imprensa.