A ex-vice governadora e atual deputada federal Rose Modesto (PSDB) está sendo cotada pelo Partido Progressista (PP) para assumir a direção da agremiação em Mato Grosso do Sul. Em Brasília, a mais votada da bancada do Estado foi sondada pelos deputados estaduais Gerson Claro e Evander Vendramini, além do vereador e presidente do partido em Campo Grande, Derly dos Reis de Oliveira – o Cazuza.
Desde o começo do ano legislativo, o Partido Progressista têm passado por dificuldade com o ex-prefeito de Campo Grande e então presidente da sigla no Estado, Alcides Bernal. Vereadores e correligionários chegaram a procurar o deputado Vendramini na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALMS) para reclamar de Bernal em março, e uma comitiva foi à Brasília para conversar com a Executiva Nacional do partido no intuito de resolver a situação. Após a reunião na capital federal, ficou definido que o ex-prefeito terminaria o mandato como presidente no dia 9 de agosto e eleições seriam feitas para escolha do novo comando regional.
Ainda sem presidente nomeado, os deputados estaduais foram à Brasília e conversaram com a Executiva Nacional, que demonstrou grande interesse em filiar Rose Modesto e o também deputado federal Luiz Ovando (PSL).
A situação da ex-vice governadora no ninho tucano não está confortável com relação às eleições de 2020. A parlamentar quer disputar novamente a Prefeitura Municipal de Campo Grande e a principal liderança do PSDB, o governador Reinaldo Azambuja, já declarou apoio a reeleição do prefeito Marcos Trad (PSD). “A Rose viria para ser candidata. A nacional quer uma candidatura forte a prefeito. Ela foi para o segundo turno na prefeitura em 2016 e a mais votada em 2018 dos deputados federais. Ela quer vir para o PP, mas tem um carinho muito grande para com o governador e vem só com a concordância dele. Sair, mas sair de bem. Disse que não faria nada que desagradasse o governador”, disse Evander Vendramini.
A previsão é de que até semana que vem a nacional nomeie um novo presidente provisório, sendo Evander o principal nome, e caso Rose entre no partido ele cede o posto para ela. “Existe essa possibilidade, ficou definido isso, mas como tem dois deputados [Ovando e Rose], sendo muito mais a Rose, depende de autorização do PSDB para não perder o mandato de deputada. Ela mantém a conversa com a nacional”, ressaltou.
O deputado Gerson Claro destacou que, em um primeiro momento, será feita a formação do diretório estadual para que tenha ato de filiação e para organizar o partido. “O PP é o terceiro maior partido na Câmara dos Deputados, partido congressual. As lideranças nacionais tratam a nível nacional. Eles demonstraram interesse na Rose e ela demonstra em disputar a eleição, mas também demonstrou gratidão com o Reinaldo. Ela não quer fazer um rompimento radical com a gratidão que tem com o Reinaldo, mas o Marquinhos foi adversário dela”, destacou, citando a campanha de 2016 .
Questionada sobre a possibilidade de mudança de partido, o convite do PP e a disputa pela Prefeitura de Campo Grande, Rose Modesto disse que não tem a intenção de trocar o PSDB. “É sempre bom ser lembrada de forma positiva por outros partidos. Mas não cogitei mudar de partido e nem defini ser candidata à prefeita. Isso só vou definir no próximo ano”, afirmou a deputada.