A encomenda de roubar uma carreta no Indubrasil em Campo Grande partiu de dentro do presídio. A ação criminosa contou com a participação de um morador de Sidrolândia, Alexandre Tavares de 17 anos que acabou morrendo em troca de tiros com a PM.
Um possível integrante da facção Comando Vermelho, Anderson Clayton Biazon, de 31 anos, foi flagrado com um celular dentro de uma cela do Instituto Penal na tarde desta segunda-feira (29).
Segundo as investigações, Anderson está preso por tráfico de drogas e teria convencido à namorada e os dois adolescentes a participarem do crime, que aconteceu na noite de sexta-feira (26). De dentro do presídio ele ainda conseguiu a arma e o veículo usado pelos comparsas e até contratou um motorista Hernani David de Souza, de 35 anos, para levar o caminhão para a Bolívia após o roubo.
Nesta tarde, agentes penitenciários encontraram o celular usado pelo interno durante vistorias na cela. Anderson foi isolado em uma cela disciplinar e agora é alvo de procedimento disciplinar interno. Conforme a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), o flagrante configura falsa grave e aumenta a pena do interno.
Enquanto isso, a Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos) segue com as investigações da tentativa de roubo e apura se Anderson também foi o responsável por contratar o falso transporte de telhas isotérmicas por um aplicativo e assim atrair a vítima de 27 anos até o local onde foi surpreendido pelos dois adolescentes, no Bairro Indubrasil.
Depois de rendida, a vítima foi levada pelos jovens até a pousada de Vicência Corrêa, namorada de Anderson, na Rua Maracaju. O caminhoneiro foi mantido refém em um dos quarto do estabelecimento até policiais militares chegarem ao local.
Conforme a equipe, Alexandre recebeu os militares a tiros. Eles revidaram e feriram o jovem, que foi socorrido até a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O irmão dele, de 16 anos, foi apreendido e Hernani e Vicência presos. Todos tiveram a prisão preventiva decretada.
Facção – Os policiais encontraram entre as coisas da dona da pousada uma agenda com diversos telefones anotados e as iniciais 'CV' na capa. Ela foi questionada se ela ou o namorado participavam de alguma facção, no entanto negou. Segundo ela, Anderson já pertenceu ao PCC, mas teria sido expulso da facção depois de ter agredido um "irmão" do grupo.