O treinador da Seleção Brasileira, Tite, disse nesta segunda-feira, que um dos males do futebol brasileiro é atribuir apenas ao treinador o sucesso e o insucesso de uma equipe, e que trocaria preferir ganhar menos por mais estabilidade no trabalho.
Segundo ele, o treinador de futebol no Brasil é supervalorizado. “Quando ganha ficam falando |ele é o cara, ele é o cara...|. Não é! Da mesma forma, ele passa a ser o culpado quando perde. Eu gostaria de viver num país em que os técnicos talvez ganhassem menos, mas tivessem mais estabilidade, e não ficassem num clube três meses em média, enquanto na Inglaterra a média é de 16 meses. O futebol precisa de início, meio e fim. Não queremos superexposição na mídia, queremos tempo para trabalhar”, disse Tite, durante palestra na 2ª Semana de Evolução do Futebol, evento promovido pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Tite voltou a citar a Seleção de 1982, treinada por Telê Santana, como seu modelo de inspiração, e mostrou vídeos daquela equipe, eliminada pela Itália na Copa do Mundo. Em seguida, detalhou conceitos táticos que norteiam a montagem de sua equipe, líder das eliminatórias e única classificada para o Mundial de 2018, na Rússia, além do país-sede.
Ao falar das ideias de jogo que aplicou, Tite definiu futebol como o conjunto de três fatores: conceito, metodologia e gestão, com uma série de subdivisões em ataque e defesa, o que fazer em cada faixa do campo, modelos de marcação, relação do técnico com jogadores, comissão técnica, jornalistas e dirigentes.
Além do treinador da Seleção Brasileira, o evento que acontece na sede da CBF, no Rio, ainda tem a participação dos treinadores Marcelo Bielsa e Fabio Capello, David Dein, um dos criadores da Premier League e ex-vice-presidente do Arsenal da Inglaterra, Richard Law, diretor de futebol do Arsenal, e Edu Gaspar, coordenador de Seleções da CBF.
Campo Grande News