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Sidrolândia amplia capacidade de armazenamento por conta da Supersafra

O município de Sidrolândia está entre as cidades que investiram na ampliação de sua capacidade de armazenamento por conta da Supersafra projetada para este ano em todo o estado.

O posicionamento de Mato Grosso do Sul como um dos maiores produtores de grãos do País, com altos índices da produção agrícola nos últimos anos, impõe ao campo um novo e urgente desafio.

O Estado não tem capacidade instalada para armazenar sequer metade da supersafra que se projeta para esse ano, beirando as 20 milhões de toneladas de grãos. E o governo já está tomando medidas para enfrentar o problema, assegura o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.

|Algumas ações nós já temos tomado em curto prazo. O governo federal, preocupado com a questão, lançou no Plano Safra recursos específicos para armazenagem. Uma grande ação que vale para Mato Grosso do Sul também. E nós, no âmbito do FCO [Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste], também estamos priorizando o setor. O produtor rural pode pegar o financiamento para fazer a armazenagem em sua propriedade, ou as cooperativas, ou as próprias cerealistas ou a própria indústria. Nossa perspectiva é que essa produção vai se manter, estamos incorporando área, estamos desenvolvendo tecnologia, então a tendência é dessa produção pra mais|, enfatiza.

Só nesse ano, já foram contratados junto ao FCO recursos para construir armazéns com capacidade para 800 mil toneladas. Vão desde armazéns novos, ainda ampliação e reforma. Verruck cita ainda os esforços das cooperativas presentes no Estado, como a Cooperativa Agrícola Sul-Mato-Grossense (Copasul), que recentemente inaugurou um armazém em Ivinhema, a Agroindustrial Cooperativa (Coamo) está inaugurando outros três, inclusive um em Sidrolândia, a Lar Cooperativa Industrial que fez uma ampla reforma em todas suas estruturas para receber mais grãos, e |vários outros produtores que já estão inaugurando e disponibilizando armazéns para essa safra|.

Porém os armazéns em construção estarão disponíveis para a próxima safra e o problema urgente é com a safra atual, que já está em fim de colheita. Nesse sentido, o secretário Jaime Verruck cita que também foi enviado um ofício à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) solicitando que seja disponibilizada a capacidade instalada de armazenamento da companhia em Mato Grosso do Sul, e também que se amplie a oferta de leilões de milho no Estado para desocupar outras estruturas.

O armazenamento da safra é importante para que o produtor não tenha necessidade imediata de venda, podendo esperar que os preços dos produtos subam. |Toda vez que se armazena, você tem condições de conseguir um preço melhor para sua produção. Porque você regula a oferta do mercado. Portanto, o armazenamento não tem só a função de guardar o produto, mas também o papel de regular os preços na economia|, pondera o secretário.

Capacidade - Conforme levantamento feito pela Coordenadoria de Economia e Estatística da Superintendência de Indústria, Comércio, Serviços e Turismo da Semagro, Mato Grosso do Sul dispõe de 867 armazéns instalados com capacidade total para 9 milhões de toneladas de grãos. Lembrando que a estimativa da safra atual é de 19,88 milhões de toneladas, portanto, a capacidade de armazenamento não suporta nem metade da produção prevista no Estado. Por outro lado, a Fundação das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) recomenda que a capacidade de armazenamento seja 20% superior ao total estimado da safra.

O problema do armazenamento de grãos no Estado começou a se agravar a partir do ano 2000. Até então, a capacidade de armazenamento crescia a taxa média de 5%, enquanto a produção ficava em 1,7%, mostra o levantamento da Coordenadoria. Após o ano 2000 a produção agrícola passou a crescer a taxas de 10% ao ano, enquanto a capacidade de armazenagem manteve o ritmo anterior de crescimento. Entre 2010 e 2014 o campo sofreu a revolução tecnológica e a produção acelerou o ritmo de crescimento para taxas de 16,74% ao ano, enquanto que a capacidade de armazenamento crescia a 3,6%.

Além disso, a distribuição desses armazéns não satisfaz o mapa agrícola do Estado. Só em Maracaju, Ponta Porã e Sidrolândia, por exemplo, o déficit de armazenamento supera 1 milhão de toneladas.

Sem ambiente adequado para guardar os grãos, os produtores têm se obrigado a vender a safra na medida em que é colhida, e quando os preços estão baixos pela abundância de oferta. Ou ainda improvisar o armazenamento em silos-bags, estruturas em lona de polietileno, que são boas alternativas para regiões frias, com baixa umidade, o que não é o caso de Mato Grosso do Sul. (Com informações da Semagro)

Rallph Barbosa – Noticidade