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Fiscais federais revelam uso de boi de papel por suposto esquema de propinas

Apesar do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) colocar em xeque o laudo que atestou que o gado das notas fiscais apresentadas na delação de Wesley Batista, um dos donos do grupo JBS, nunca foi abatido em um dos frigoríficos da empresa em Campo Grande, foi o trabalho de fiscais do MAPA dentro das unidades que não identificou os abates dos animais que saíram de fazendas de produtores rurais que seriam ligadas ao Chefe do Executivo Estadual. Confirmado, portanto,a existência do esquema dos |bois de papel| no Estado.

No documento, que o Jornal Midiamax teve acesso, a fala do governador se baseia em alguns destaques feitos pela superintendência regional do MAPA, de que não foi possível identificar a GTA (Guia de Trânsito Animal) que originou o procedimento comercial de 12 produtores rurais, cujas notas fiscais teriam sido entregues pelo governador Reinaldo Azambuja a um executivo da JBS para justificar o pagamento de propina, bem como que alguns dos produtores ‘apresentam mais de uma inscrição estadual, o que tornaria a busca de prováveis emissões de GTAs, para correlação com as notas fiscais, sem objetividade’.

Todavia, no laudo o MAPA destaca que analisou ‘extratos do produtor’ das pessoas citadas, entre elas, o secretário estadual de fazenda e presidente regional do PSDB, Marcio Monteiro, e neste documento constam informações sobre a saída do gado da propriedade rural e entrada no frigorífico.E mesmo sem identificar as GTAs que originaram a relação comercial, a fiscalização do MAPA dentro do frigorífico da JBS ‘não encontrou registro de ocorrência dos abates’.Um servidor da Agricultura, ouvido pela reportagem sob condição de anonimato, explicou que o trabalho de fiscalização do MAPA acontece dentro do frigorífico, e uma vez requerido cabe ao órgão analisar os abates e rastrear de onde veio o gado abatido, somente em caso de necessidade, como quando detectado alguma doença, ou quando requisitado por ordens superiores.Neste caso, as notas apresentadas por Wesley Batista, um dos donos da JBS, em sua delação premiada seriam de animais que foram entregues na unidade SIF 1662 - Friboi (Unidade da JBS na Av. Duque de Caxias, em Campo Grande), e que inclusive constam como recebidos, mas que nunca foram abatidos.As GTAs e as notas fiscais foram efetivamente emitidas, explicam os delatores, causando alteração no saldo do rebanho no extrato do produtor de cada fazendeiro, mas o gado nunca chegou no frigorifico da JBS. E foi com base nessas alterações que o MAPA concluiu que não houve os abates, já que analisou a movimentação da unidade do período citado e não encontrou entre os animais mortos os que, por exemplo, saíram da fazenda Imbirussu, de propriedade de Marcio Monteiro, no município de Jardim.Carne congelada - No caso das notas que foram emitidas pelo Frigorífico Buriti, os servidores do MAPA não encontraram ‘registros de entrada com reinspeção das mercadorias constantes na relação das notas fiscais informadas referentes aos produtos, Carne Resfriada Bovina (res casada de boi) e Carne Congelada de Bovino sem Osso (carne industrial)’.Ainda no caso das notas fiscais dos produtores, no período do extrato do produtor analisado pelo MAPA, que em alguns casos chega a quase dois meses, o servidor ouvido pela reportagem explicou que os frigoríficos não armazenam o gado para o abate, e que o GTA é emitido em um curto prazo, que leva em conta apenas o tempo de deslocamento entre a propriedade rural até o local onde serão abatidos e carne processada.Os irmãos Wesley e Joesley Batista afirmaram, em delação à PGR (Procuradoria-Geral da República), já homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que pagaram cerca de R$ 150 milhões de propinas a agentes públicos em Mato Grosso do sul, durante os governos de Zeca do PT, André Puccinelli (PMDB) e Reinaldo Azambuja.

Todavia, no laudo o MAPA destaca que analisou ‘extratos do produtor’ das pessoas citadas, entre elas, o secretário estadual de fazenda e presidente regional do PSDB, Marcio Monteiro, e neste documento constam informações sobre a saída do gado da propriedade rural e entrada no frigorífico.

E mesmo sem identificar as GTAs que originaram a relação comercial, a fiscalização do MAPA dentro do frigorífico da JBS ‘não encontrou registro de ocorrência dos abates’.

Um servidor da Agricultura, ouvido pela reportagem sob condição de anonimato, explicou que o trabalho de fiscalização do MAPA acontece dentro do frigorífico, e uma vez requerido cabe ao órgão analisar os abates e rastrear de onde veio o gado abatido, somente em caso de necessidade, como quando detectado alguma doença, ou quando requisitado por ordens superiores.

Neste caso, as notas apresentadas por Wesley Batista, um dos donos da JBS, em sua delação premiada seriam de animais que foram entregues na unidade SIF 1662 - Friboi (Unidade da JBS na Av. Duque de Caxias, em Campo Grande), e que inclusive constam como recebidos, mas que nunca foram abatidos.

As GTAs e as notas fiscais foram efetivamente emitidas, explicam os delatores, causando alteração no saldo do rebanho no extrato do produtor de cada fazendeiro, mas o gado nunca chegou no frigorifico da JBS. E foi com base nessas alterações que o MAPA concluiu que não houve os abates, já que analisou a movimentação da unidade do período citado e não encontrou entre os animais mortos os que, por exemplo, saíram da fazenda Imbirussu, de propriedade de Marcio Monteiro, no município de Jardim.

Carne congelada - No caso das notas que foram emitidas pelo Frigorífico Buriti, os servidores do MAPA não encontraram ‘registros de entrada com reinspeção das mercadorias constantes na relação das notas fiscais informadas referentes aos produtos, Carne Resfriada Bovina (res casada de boi) e Carne Congelada de Bovino sem Osso (carne industrial)’.

Ainda no caso das notas fiscais dos produtores, no período do extrato do produtor analisado pelo MAPA, que em alguns casos chega a quase dois meses, o servidor ouvido pela reportagem explicou que os frigoríficos não armazenam o gado para o abate, e que o GTA é emitido em um curto prazo, que leva em conta apenas o tempo de deslocamento entre a propriedade rural até o local onde serão abatidos e carne processada.

Os irmãos Wesley e Joesley Batista afirmaram, em delação à PGR (Procuradoria-Geral da República), já homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que pagaram cerca de R$ 150 milhões de propinas a agentes públicos em Mato Grosso do sul, durante os governos de Zeca do PT, André Puccinelli (PMDB) e Reinaldo Azambuja.

Midiamax