Foi condenado a 50 anos e 8 meses de prisão e ao pagamento de 20 dias-multa, o ex-policial militar Cláudio José Andrade dos Santos. O réu, que está foragido, matou no dia 18 de novembro de 2013 os irmãos João Carlos, 26 anos, e Edgar José Duarte, 38 anos, além de Maurício Martins da Silva, 31 anos.
Ele também foi condenado por porte ilegal de arma de fogo. Como o acusado continua foragido, o julgamento foi ontem (3), na 2ª Vara do Tribunal do Júri, sem a presença dele.
Caso - A chacina aconteceu por volta das 19h, na Rua São Benedito, na Vila Santa Luzia, em Campo Grande. O ex-policial comandou os assassinatos para vingar uma briga com Edgar ocorrida em um boteco da região. Ele contratou um homem de 32 anos para ajudá-lo na vingança.
Em dezembro daquele ano, o autor chegou a ser preso pela Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), mas cerca de cinco meses depois foi solto. Por unanimidade, os desembargadores do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), concederam o Habeas Corpus e o colocaram em liberdade.
Autor de uma extensa ficha criminal, que inclui tráfico de drogas e tentativas de homicídio, Cláudio contou na época que só não matou Edgar durante a briga porque estava sem arma de fogo. O assassinato foi premeditado. Ele contou que contratou um homem para executar o crime, mas o companheiro não sabia dirigir e Cláudio foi obrigado a guiar o veículo até a casa de Edgar Duarte.
Ao chegarem ao local, eles acabaram simulando assalto para ganhar tempo, porque o alvo tinha indo dentro da casa buscar mais água para o tereré. Ao voltar da residência, Edgar foi atingido por um tiro disparado pelo ex-policial. O comparsa dele atirou contra o irmão dele, João Carlos. Maurício foi tentar defender Edgar e levou um tiro certeiro na cabeça da arma em poder de Cláudio.
Em seguida, o ex-policial caminhou até Edgar e o executou com mais dois tiros. Em seguida, os dois fugiram do local do crime. O processo com relação ao comparsa de Cláudio foi desmembrado e está em grau de recurso.
Julgamento - Em sessão de julgamento, o Ministério Público pediu a condenação de Cláudio pelos homicídios e no crime de posse ilegal de arma de fogo. A defesa sustentou a tese de negativa de autoria, por insuficiência de provas e a exclusão das qualificadoras.
O Conselho de Sentença, por maioria dos votos declarados, condenou o réu nos três homicídios e no delito de posse ilegal de arma de fogo.
Campo Grande News