Publicado em 15/09/2022 às 21:21,
Sete jurados decidiram pela condenação de Hugleice da Silva, 38 anos, e do enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, 51 anos. Ambos foram considerados culpados por causar a morte da jovem Marielly Barbosa Rodrigues durante um aborto.
Hugleice foi condenado pelos crimes de aborto e ocultação de cadáver, pegando pena total de 4 anos de reclusão. Já o enfermeiro sidrolandense Jodimar foi condenado a 5 anos e 3 meses de prisão.
O regime de prisão estabelecido pelo juiz Cláudio Pareja, para os dois, é o semiaberto.
A promotora Bianca Machado Arruda Mendes sustentou que havia provas suficientes para condenar a dupla. Ela mostrou imagens que fazem parte do processo e em sua fala, relatou que o exame necroscópico levou a descoberta do aborto já que os peritos constataram que Marielly sofreu hemorragia intensa.
Ela também argumentou que Hugleice confessou ser o pai da criança que a vítima esperava e depois, voltou atrás, dizendo que foi coagido, mas admite que foi ele quem pagou R$ 500 pelo aborto. “Que comportamento é esse de um inocente? Que topou ganhar 500 reais para fazer um aborto”, questionou sobre o enfermeiro Jodimar.
A promotora ainda colocou Hugleice como coautor intelectual do crime, porque seria o responsável pelo planejamento do aborto e alegou que os materiais encontrados na casa de Jodimar seriam compatíveis com materiais usados em casos de interrupção de gestações.
O procedimento foi feito em uma casa do Bairro São Bento, mas Marielly passou mal, sofreu intensa hemorragia e morreu. Em trecho do depoimento prestado à polícia, Hugleice confessou que recebeu a notícia da fatalidade, dada pelo enfermeiro: “A menina morreu, não há mais nada que possa ser feito, a gente tem que dar um jeito no corpo dela”, teria dito.
O caso começou a ser investigado em maio de 2011, como desaparecimento. O corpo foi encontrado no dia 11 de junho, em uma estrada vicinal que corta a BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia.