O empresário Claudeir Santos, dono da loja Aline Presentes foi vítima de fake News espalhada nas redes sociais “informando” que ele estaria com a Covid-19 e isso gerou preocupação e até prejuízo, pois os clientes acreditando nas especulações evitavam ir à loja com receio do vírus.
Conforme informações da assessoria de marketing do empresário, os boatos foram rapidamente espalhados e até confundidos com outro caso (aquele sim confirmado) envolvendo outro empresário que esteve em São Paulo e foi vítima da doença.
Contudo, Claudeir destacou que não saiu da cidade e não está com vírus nenhum. “A pessoa tem que ter certeza das coisas e notícias que compartilha em rede social, sempre prezamos pela saúde dos nossos colaboradores e dos clientes da loja”. Finalizou.
Toda vez que existe a confirmação de um caso de Covid-19, a comunidade praticamente “exige” a divulgação dos nomes das vítimas. Porém, no último fim de semana, a Diretora de Departamento da Secretaria de Saúde de Sidrolândia, Enfermeira Tatiane Nantes Regis recorreu ao facebook para alertar que a divulgação de nomes de vítimas de Covid-19 é contra a Lei. Ela garantiu que a Secretaria de Saúde nunca fez nenhum tipo de divulgação de nomes e alertou que pessoas que compartilham essas informações com a identidade das vítimas podem ser responsabilizadas judicialmente.
No último caso confirmado em Sidrolândia, um “site da região” chegou a publicar o nome do empresário dono de uma Elétrica que está com Covid-19, inclusive publicou nomes de terceiros, funcionários dele. Horas depois, se arrependeu, voltou atrás e excluiu a matéria. O empresário que teve a identidade exposta foi ofendido nas redes sociais e acionou a Justiça para responsabilizar o autor da divulgação de seu nome.
De acordo com a Data Privacy Brasil, empresa pioneira no oferecimento de cursos específicos nas áreas de privacidade e proteção de dados no Brasil, nestes casos de Covid-19, a exposição desnecessária que possa gerar mais sofrimento e preconceito contra as vítimas e seus familiares deve ser evitada.
Para o especialista em Direito Rafael Zanatta, as informações são muitas. Verdadeiras e falsas. A pandemia de coronavírus tem provocado uma difusão, talvez mais rápida do que a da própria doença, de números, cuidados e orientações. Muitas dessas informações envolvem dados particulares de pacientes – mais do que isso, dados sensíveis, relacionados à sua saúde, que possuem tratamento diferenciado na legislação.
No caso de pessoas públicas, políticos, funcionários públicos e pessoas famosas, quando é o próprio paciente que divulga seu diagnóstico em redes sociais, não há muito que fazer, exposição em canais de notícia é natural. Contudo, Rafael Zanatta diz que um vazamento sem autorização configura, nesse caso, uma violação à ética médica e às leis.
