Na madrugada deste sábado (15), um jovem de 20 anos foi levado ao pronto-socorro do Hospital Dona Emíria Silvério Barbosa em estado grave, com ferimentos de arma branca devido uma tentativa de suicídio. Ele foi socorrido por um sargento da Polícia Militar.
De acordo com informações da PM, o sargento, que estava de férias, recebeu uma ligação do pai do jovem, dizendo que ele havia tentado suicídio e estava perdendo muito sangue. O pai não conseguiu contato com uma unidade de pronto-socorro nem com o 190, pois o número estava inoperante, por isso ligou para o policial.
Rapidamente, o policial se deslocou até a residência, localizada no Bairro Sol Nascente, e encontrou o jovem já desacordado com hemorragia intensa devido a ferimentos nos pulsos e pescoço. O sargento realizou o estancamento e controlou a hemorragia até a chegada do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Ele foi encaminhado em estado grave ao Hospital Beneficente Dona Elmíria Silvério Barbosa, onde recebeu o atendimento eficiente e o quadro se estabilizou. Os pais da vítima relataram que ele possui doença psiquiátrica e que já havia tentado suicídio anteriormente.
Segundo a equipe médica, a intervenção do policial no auxílio do estancamento da hemorragia dos ferimentos foi fundamental para preservação da vida da vítima.
Como ajudar alguém com pensamentos de morte - Os familiares e amigos devem, sobretudo, se dispor a se aproximar de alguém que demonstra estar sofrendo ou que apresenta mudanças acentuadas e bruscas do comportamento. É preciso estar disposto a ouvir e, se não se sentir capaz de lidar com o problema apresentado, ir junto em busca de quem possa fazê-lo mais adequadamente, como um médico, enfermeiro, psicólogo ou até um líder religioso. De acordo com os médicos, o ideal é que a pessoa seja encaminhada a um psiquiatra e seja medicada. E, no mundo ideal, que tenha um acompanhamento de um terapeuta e o apoio da família.
Outro fator importante a ser lembrado é que, caso a pessoa precise fazer uso de algum medicamento, ele não tem efeito imediato. Por isso, os primeiros 30 dias após uma tentativa de suicídio e o início do tratamento são os que precisam de mais atenção.
Na rede pública, a indicação é procurar os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) do Sistema Único de Saúde (SUS). Por lá, é possível marcar uma consulta com um psiquiatra ou psicólogo. O Centro de Valorização da Vida (CVV), fundado em 1962 faz um apoio emocional e preventivo do suicídio pelo número 188.
É preciso falar sobre suicídio - Apesar dos mitos envolvendo o tema, a prevenção ao suicídio avança. Na década de 1980, um estudo nos EUA afirmava que essas mortes poderiam ocorrer por imitação. E esse trabalho reforçou a ideia de que "não podemos falar sobre o assunto". Mais de 30 anos depois, a Organização Mundial da Saúde vai na direção contrária, dizendo que, sim, precisamos conversar sobre o suicídio.