Publicado em 16/02/2021 às 08:49,
Enquanto a Polícia Civil ainda apura as circunstâncias do tiroteio que resultou na morte da jovem Pâmela Silveira Saturnino, na madrugada de domingo (14) a família da vítima também lida com a dor de ter perdido a adolescente tão cedo, aos 17 anos, e de maneira tão brutal.
Pâmela morreu com um tiro na cabeça enquanto estava no veículo Gol que era conduzido por Marcos Henrique Sanches Echeverria, de 22 anos, na Avenida Dorvalino dos Santos, em Sidrolândia, distante 71 quilômetros de Campo Grande.
A suspeita inicial da polícia é de que Marcos e outros dois rapazes que também ficaram feridos na confusão tinham uma “rixa” antiga. “Mas ela não tinha nada a ver com essa situação. Porque ele (Marcos) não trouxe a menina para casa e foi resolver isso sozinho? Ela não tinha nada a ver”, questiona o pai de Pâmela, Gildo de Souza Saturnino, de 51 anos.
Gildo é motorista de máquinas em uma fazenda da região de Sidrolândia, e lembra do choque que levou ao ficar sabendo da morte da filha. “Eu havia chegado da lavoura e estava em casa, quando recebi a notícia. Era minha única filha”, lamenta Gildo que tem outros dois filhos homens.
“Eu não morava com ela, mas as coisas dela sempre ficavam aqui em casa para ela vir quando quisesse. Eu e a mãe dela somos separados, mas a convivência sempre foi boa”, completa. O motorista relata que a filha e Marcos estavam se relacionando há cerca de cinco meses e que até então, não havia notado nada de diferente no comportamento do rapaz em relação a filha.
“Ele já esteve na minha casa, conheci ele, mas os outros rapazes não sei quem são”, diz. Os outros envolvidos citados pelo pai da vítima, são um adolescente de 17 anos e Emerson Rebello Ferreira, 23 anos, que também foram baleados no tiroteio.
Segundo o auto de prisão em flagrante, pela dinâmica apresentada, Marcos teria sido o autor dos disparos que atingiram Emerson (no braço), e o adolescente (no pescoço). Marcos também foi ferido por um disparo e assim como o adolescente está sob escolta policial na Santa Casa de Campo Grande.
O pai de Pâmela relata que não faz ideia do que pode ter motivado o tiroteio e que aguarda um posicionamento da polícia, para entender as circunstâncias do crime. Pâmela foi sepultada nesta segunda-feira (15), em Sidrolândia. “Vou para lavoura, mas volto no domingo para missa de sétimo dia da minha filha”, conclui.
Sob investigação - Conforme apurado, preliminarmente, pelas equipes policiais, Emerson e Marcos discutiram e, na sequência, houve troca de tiros. Porém, ainda não há informações de quem iniciou os disparos, nem de quem foi autor do disparo que atingiu Pâmela na cabeça. Por enquanto, as suspeitas recai sobre o adolescente.
Em depoimento à polícia, neste domingo (14) Emerson contou que a rixa começou depois que o adolescente, seu amigo, fez amizade com a ex-mulher de Marcos. O suspeito não gostou da situação, “tentou bater e proferiu ameaças contra o garoto no dia do crime", porém foi impedido por ele.
Sobre os disparos, o rapaz afirmou que depois do primeiro tiro feito pelo suspeito, correu e não sabe se o adolescente estava armado. Tanto Marcos quanto o adolescente ainda não foram ouvidos porque estão hospitalizados. O caso segue sob investigação da Delegacia de Polícia Civil de Sidrolândia. (Reportagem de Adriano Fernandes)