Um investigador da Polícia Civil foi preso em flagrante suspeito de estuprar uma detenta de 28 anos dentro da delegacia de Sidrolândia. Conforme a denúncia, o crime veio à tona após o policial tentar "comprar" o silêncio de outros presos ao liberar um celular.
Segundo a denúncia dos outros detentos, na segunda-feira (11) o policial retirou a vítima da cela em que estava e a levou para a Sala Lilás, espaço da unidade policial dedicado ao atendimento de mulheres vítimas de violência de gênero. Lá, segundo os relatos, a detenta sofreu abuso sexual.
Conforme o boletim de ocorrência, os detentos, que haviam tido o silêncio "comprado" com um celular, solicitaram a presença de uma delegada da cidade. O grupo afirmava estar com um celular, o que chegou a ser questionado por policiais, mas só esclarecido após a chegada da delegada. Para ela, os detentos disseram ter escutado a vítima chorando na noite anterior, ocasião em que ela revelou ter sido abusada sexualmente pelo investigador.
Testemunhas - Os detentos disseram que questionaram o suspeito sobre o estupro, e o investigador disse que nada havia acontecido. Ainda segundo os detentos, o servidor alegou que a presa estava menstruada, por isso, foi retirada da cela.
O que diz a vítima - A delegada realizou atendimento especializado com a vítima e a detenta relatou que o suspeito foi até a cela dizendo que o advogado dela estava na delegacia e desejava conversar. Foi neste momento que, de acordo com a presa, ela foi retirada da carceragem. A vítima disse que foi levada para uma sala e obrigada a ficar de joelhos e fazer sexo oral no suspeito. De acordo com a denúncia, a mulher disse que o suspeito já havia cometido abuso contra ela cerca de uma semana antes e que, na ocasião, a obrigou a tomar banho depois do estupro.
Segundo depoimento da vítima, os abusos aconteceram na Sala Lilás da delegacia e no alojamento dos plantonistas, locais aos quais a presa não teria acesso por conta própria.
Imagens de segurança - Com os depoimentos, a delegada buscou imagens das câmeras de segurança da delegacia, que confirmaram que o servidor havia retirado a mulher da cela. Uma detenta que dividia cela com a vítima também confirmou que a companheira foi retirada pelo investigador.
A Prisão - O caso foi informado ao diretor de Polícia Civil de Campo Grande, que acionou a Delegacia Geral e a Corregedoria para que localizasse o servidor e o conduzisse a uma delegacia, preso para elucidação do caso.
Segredo de Justiça – A identidade do investigador acusado do crime não foi divulgada, a delegada informou que o caso está em segredo de justiça e, por isso, não está autorizada a falar sobre o assunto.
O diretor do Departamento de Polícia da Capital, Wellington de Oliveira, também mencionou o segredo de justiça, mas confirmou que o suspeito foi preso em flagrante.
Após a Justiça decretar a prisão preventiva do policial, o investigador permanece em uma das celas da 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande. A defesa do policial civil ainda não foi localizada.