Publicado em 08/08/2019 às 16:23,
A advogada e tradutora intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais), Elizangela Britto de Ávila Reis iniciou uma atividade de interpretação da sessão ordinária na Câmara Municipal de Sidrolândia. Quem acompanhou a sessão da última terça-feira (6), tanto pela transmissão ao vivo na página oficial da câmara, como pessoalmente no plenário, ficou surpreso com a ótima iniciativa.
A ideia de ter uma intérprete nas sessões partiu do Presidente da Câmara Carlos Henrique Olindo que participou da entrega de certificados de uma oficina de Libras promovida na câmara e ministrada pela Elizangela para 38 alunos. Durante o evento Carlos a convidou ela para participar das sessões fazendo a interpretação a fim de divulgar mais isso destacando sempre o objetivo institucional da inclusão.
Elizangela conversou com a reportagem do Noticidade na tarde desta quinta-feira (08) e se mostrou muito feliz com a oportunidade, de acordo com ela a ideia está amadurecendo.
“É imensurável a importância dessa inclusão que com certeza vai gerar frutos advindos dessa comunicação plena já que a Língua de Sinais Brasileira é a segunda língua oficial do nosso país, aproveito essa oportunidade para agradecer ao Carlos Henrique presidente da Câmara e ao vereador Adilson Brito que apoiou o projeto da oficina de Libras que resultou nessa grande oportunidade que serve de exemplo”. Destacou a intérprete Elizangela que é certificada desde 2009 pelo Instituto Mãos que falam de São José do Rio Preto, São Paulo e passou por várias especializações sempre aprimorando, pois, de acordo com ela se trata de uma língua em constante desenvolvimento.
De acordo com o presidente do Legislativo Carlos Henrique, esta ideia faz parte de uma série de medidas de aproximar as pessoas da câmara municipal, gerando inclusão, transparência e oportunidade.
Porque aprender Libras é importante
A Língua Brasileira de Sinais – Libras é a língua dos surdos no Brasil. Em 2002, a língua foi reconhecida pela Lei de nº 10.436. Aprender a Língua Brasileira de Sinais dá a oportunidade de conhecer melhor a comunidade surda. Também faz com que seja possível entender o seu cotidiano, desenvolvendo mais empatia em todas situações.
O audismo pode ser compreendido como uma forma de preconceito com as pessoas que têm menor ou nenhuma capacidade de audição. E isso acontece quando há descaso ou falta de interesse em adaptar a comunicação para que ela atinja as pessoas com deficiência auditiva.
Não valorizar a Língua Brasileira de Sinais é uma forma de endossar a cultura negativa do audismo. Assim, aprender Libras e fornecer outros mecanismos de inclusão é importante para erradicar esse preconceito.
No caso de parentes de surdos, é imprescindível o aprendizado da língua, para que os portadores de deficiência se sintam mais incluídos.
A lei nº 10.436, que obriga o setor público atender deficientes auditivos por meio da Língua Brasileira de Sinais, torna esse profissional de Libras muito requisitado. A formação possibilita trabalhar como tradutor/intérprete nas áreas da educação, saúde, assistência social, jurídica, dentre outras. Existem poucos profissionais com qualificação na área e uma grande demanda de exigências do mercado.
Ter conhecimento em Libras é fundamental também no setor pedagógico, pois as instituições educacionais têm por obrigação serem locais de inclusão e integração, sem excluir nenhum aluno por conta de alguma deficiência.