Preocupados com a grande desinformação que há na internet, os acadêmicos de Publicidade e Propaganda (PP) da Faculdade Estácio de Sá, Adjairo Arruda, 19 anos, e Felipe Jara, 23 anos, moradores de Sidrolândia, realizaram uma pesquisa científica sobre a desinformação e ética, e receberam um convite para fazerem parte da RNCD (Rede Nacional de Combate à Desinformação).
A pesquisa intitulada de “Erro jornalístico, desinformação e ética: o olhar dos futuros comunicadores”, surgiu da necessidade de compreender a articulação das famosas “Fake News” (termo que eles não utilizam, isto porque muitos apenas modificam uma notícia ou fato verdadeiro para que a grande massa fique desinformada sobre o assunto) e saber se os futuros comunicadores conseguiam identificar uma desinformação.
Além dos dois, a pesquisa também contou com a participação do acadêmico de PP Diego Marques, 25 anos, e do Carlos Ferreira de 27 anos, que cursa Jornalismo. A orientação foi da professora doutora em Comunicação pela USP (Universidade de São Paulo) Elisangela Rodrigues da Costa, mais conhecida como Lisa Rodrigues.
A ideia da pesquisa foi dos próprios alunos, sendo desenvolvida de forma quantitativa (formulários) e qualitativa (entrevistas), durante os anos de 2019 e 2020. O projeto ultrapassou os muros da faculdade e tomou grandes proporções, tanto que até receberam uma monção honrosa da Prefeitura de Campo Grande, no mês de junho de 2020.
“Achei importante a iniciativa e procura pela desinformação ter vindo dos próprios alunos que, incomodados com o fenômeno, se viam aflitos em entender para poder combater a disseminação das informações falsas”, disse a professora Lisa.
Segundo Adjairo, o processo levou a conclusão de que muitos alunos não conseguem identificar uma desinformação, portanto, há a necessidade de haver uma matéria no curso que aborde o tema e reforce o perigo que essa prática pode causar socialmente. “Temos que sempre estar reforçando esse tema, pois desinformação é um crime de ética contra nossa nação e as pessoas”.
De acordo com Felipe, o assunto é muito pouco falado, principalmente em Sidrolândia, e merece ser discutido. “Foi um trabalho árduo, mas muito interessante. Quem é de fora vê Mato Grosso do Sul só como um estado rural, não sabem o nosso potencial intelectual que temos aqui. Hoje, estamos colhendo os resultados, estamos muito felizes e honrados”, disse.
Para Diego Marques, a investigação reflete que os estudantes dos cursos de Publicidade e Propaganda e de Jornalismo têm opiniões bem diversificadas quanto aos assuntos que dão nome a pesquisa. “Por exemplo, os futuros publicitários não se acham responsáveis em relação à desinformação nas redes sociais e aplicativos, eles acreditam que essa responsabilidade é, exclusivamente, do jornalista”, declarou.
A maioria dos universitários que participaram da pesquisa (48,8%) afirmaram desconhecer agências de fact checking (aquelas que analisam se uma informação é verdadeira ou não). Já para 46,3% dos estudantes acreditam que deveria existir uma disciplina específica que tratasse mais sobre a identificação e combate à desinformação.
A pesquisa foi na III Jornada Interdisciplinar Hipóteses da Faculdade Estácio e no I Seminário Regional Centro Sul de Pesquisa e acabou levando um prêmio de “Honra ao Mérito”, pela relevância do assunto, dentre várias investigações apresentadas pelas faculdades participantes de vários estados do Brasil.
“Fazer parte do projeto me fez amadurecer profissionalmente, e ver o quanto a desinformação realmente pode matar. Por isso, é importante que todos se atentem e procurem realmente checar as informações antes de acreditar ou levar mais adiante. Em uma época onde estamos sendo bombardeados de notícias, é preciso ser cauteloso e usar de forma precisa todas as ferramentas que estão disponíveis”, finalizou Carlos.
Para divulgação dos resultados e obras relacionadas à desinformação, os participantes criaram o perfil na rede social Instagram @fakenao.pesquisa, clique aqui e confira.
