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Maracaju aparece na lista das cidades onde mais se consome crack em MS, aponta pesquisa

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Divulgação

O município de Maracaju apareceu em uma lista referente à Pesquisa da CNM (Confederação Nacional de Municípios) divulgada hoje que aponta alto índice de problemas relacionados ao consumo de crack (uma droga ilícita caracterizada como um subproduto da pasta da cocaína), em vários municípios de Mato Grosso do Sul.

Os dados atualizados no mapa do Observatório do Crack mostram que 97,31% de 1.599 cidades brasileiras enfrentam problemas com consumo de drogas.

Trinta e quatro cidades do Estado aparecem no levantamento. Maracaju está no ranking no índice de consumo médio da droga que surgiu como opção para popularizar a cocaína, pelo seu baixo custo.

Em Água Clara, Aral Moreira, Caarapó, Campo Grande, Coronel Sapucaia, Costa Rica, Itaquiraí, Paranaíba, São Gabriel do Oeste e Três Lagoas o índice de problemas relacionados ao crack, é considerado extremamente alto.

Em Maracaju, Amambaí, Camapuã, Cassilândia, Coxim, Deodápolis, Fátima do Sul, Japorã, Jardim, Novo Horizonte do Sul, Pedro Gomes, Rio Negro, Rio Verde de Mato Grosso, Santa Rita do Pardo, Selvíria e Sete Quedas, o nível é considerado médio, porém bastante preocupante.

O nível de problemas ligados ao uso de drogas como o crack é considerado baixo em Corumbá, Jateí, Nioaque e Terenos. Não foram comunicados problemas graves pelos municípios de Bodoquena e Jaraguari que também participaram do levantamento.

Efeitos do Crack - Os efeitos do crack são basicamente os mesmos da cocaína: sensação de poder, excitação, hiperatividade, insônia, intensa euforia e prazer. A falta de apetite comum nos usuários de cocaína é intensificada nos usuários de crack. Um dependente de crack pode perder entre 8 e 10 kg em um único mês.

Por ser inalado, os crack chega rapidamente ao cérebro, por isso seus efeitos são sentidos quase imediatamente - em 10 a 15 segundos - no entanto, tais efeitos duram em média 5 minutos, o que leva o usuário a usar o crack muitas vezes em curtos períodos de tempo, tornando-se dependente. Daí o grande poder de causar dependência do crack. Após tornar-se dependente, sem a droga o usuário entra em depressão e sente um grande cansaço, além de sentir a “fissura”, que é a compulsão para usar a droga, que no caso do crack é avassaladora. O uso contínuo de grandes quantidades de crack leva o usuário a tornar-se extremamente agressivo, chegando a ficar paranóico, daí a gíria “nóia”, como referência ao usuário de crack. Problemas mentais sérios, problemas respiratórios, derrames e infartos são as consequências mais comuns do uso do crack.

O presidente da CNM, Glademir Aroldi, destaca que o alcance das drogas nos Municípios menores esbarra ainda na falta de recursos para enfrentar a temática. “Não é possível ter um Caps em todas as cidades. Por isso, precisamos de serviços regionalizados, com apoio da União e dos Estados também”, opina.

Segundo o estudo, 50,16% das gestões que responderam à pesquisa desenvolvem ações com recurso próprio. Além disso, apenas 28,72% possuem Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que prestam serviços de saúde de caráter aberto e comunitário, constituído por equipe multiprofissional. As principais áreas afetadas pelo uso de drogas são saúde (67,92%), segurança (61,48%), assistência Social (60,48%) e educação (56,47%).

Quanto ao nível dos problemas causados pela consumo e circulação de drogas, 49,73% apontaram que o nível é médio ante 36,24% que acham o nível alto e 13,68% que indicaram nível baixo. A situação é analisada e classificada pelos gestores na pesquisa com base em suas próprias percepções. Portanto, não há números delimitando os níveis. Na análise da situação apenas em relação ao crack, 46,99% veem nível médio de problema, 29,94%, nível alto e 20,79% nível baixo.

Dados de usuários de drogas nos Municípios são raros, como confirma o estudo do Observatório do Crack: apenas 22,45% dos pesquisados têm estimativas desse grupo. O baixo índice já era esperado, pois há uma falta de informatização dos sistemas e também entre as áreas que trabalham com a temática. Outra questão é que grande parte da população usuária de drogas é itinerante. Também existem relatos dos participantes da pesquisa sobre a dificuldade de acompanhamento desses indivíduos, que entram e saem da rede de atenção inúmeras vezes, em razão de recaídas.