O Hospital Soriano Corrêa da Silva foi um dos seis hospitais credenciados pela Secretaria de Saúde do Estado para ajudar a agilizar procedimentos cirúrgicos na área da ortopedia, que tem a maior fila de espera por operações, com muitos pacientes obtendo atendimento pela via judicial, resultando em pagamento de centenas de milhares de reais por serviços que o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece.
A resolução publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial credencia, além do Hospital de Maracaju, a Santa Casa de Bataguassu, Hospital Adventista do Pênfigo de Campo Grande, Santa Casa de Cassilândia, Hospital Beneficente de Rio Brilhante e Unidade Mista Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Santa Rita do Pardo. Eles vão participar do mutirão de cirurgias eletivas criado no ano passado, para atender alta complexidade, mas em pacientes com baixo risco de complicação, com exceção do Pênfigo, que fica autorizado. Havendo desrespeito à limitação, a unidade hospitalar será descredenciada.
Um parecer técnico da pasta, que acompanha a resolução, aponta que as cirurgias ortopédicas respondem pela maior demanda do mutirão. A fila de espera por atendimento é de 13,9 mil pacientes, com 12,1 mil esperando a primeira consulta, muitos pacientes cirúrgicos, conforme dados de janeiro.
A secretaria tinha a informação, à época, que havia 736 pacientes que foram à Justiça. No dia a dia é possível conferir no Diário da Justiça muitas decisões determinando a realização de consultas e a marcação de cirurgias. Muitas pessoas acabam conseguindo obter o direito de realizar o procedimento na rede privada, diante da demora, apresentando orçamentos com honorários que chegam a superar R$ 100 mil, mais despesas hospitalares.
Pelas informações da secretaria, as principais demandas cirúrgicas são para a coluna, joelho e quadril. Há pouco mais de uma semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou o alívio após cirurgia no quadril e que cobraria por aumento do procedimento para que as pessoas pudessem se livrar da dor.
O parecer aponta que, no Estado, a Santa Casa e o HU são autorizados para as cirurgias de alto complexidade na ortopedia, havendo a necessidade de ampliar os atendimentos, diante do volume de judicialização. O texto informa, ainda, que é preciso ampliar a rede de unidades habilitadas para superar “longas filas de espera, desigualdades no acesso à saúde e a necessidade de deslocamento para outras regiões em busca de tratamento adequado.”
O mutirão de cirurgia envolveu várias especialidades, como oftalmológicas, gástricas e até estéticas corretivas. Quando começou, havia previsão de 15 mil procedimentos; até o começo de janeiro, já tinham sido realizadas 7.268 cirurgias eletivas. O programa é nacional e também recebeu complementação de recursos próprios do Estado.
(Com informações do site Campo Grande News).