A manhã desta quarta-feira (22) foi intensa nos meios policiais de Maracaju, no mandado de prisão estão os nomes do ex-prefeito Maurílio Azambuja, do ex-secretário de finanças Lenilso Carvalho e mais cinco pessoas, do total, seis foram encontrados e presos, o ex-prefeito ainda está foragido.
A Operação “Dark Money”, investiga desvio de pelo menos R$ 23 milhões em dinheiro público.
Comandada pelo Dracco (Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado), da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, a operação mira os dois últimos anos da administração do ex-prefeito Maurílio Azambuja (MDB).
Equipes do Dracco, do SIG (Setor de Investigações Gerais) e de outras delegacias estão desde as primeiras horas da manhã em vários endereços da cidade, entre os quais a casa do ex-prefeito Maurílio na Rua João Alves Correa, no centro.
Também há policiais na casa do ex-secretário de Finanças Lenilson Carvalho, em um pequeno shopping da cidade onde funcionava escritório de um ex-funcionário da prefeitura identificado como Edmilson e estão numa tapeçaria, onde o dono é suspeito de fazer agiotagem.
Em nota, o Dracco informou que seis mandados de prisão temporária foram cumpridos e um ainda está “em aberto”. O alvo, justamente o ex-prefeito Maurílio é considerado foragido.
Também estão sendo cumpridos 26 mandados de busca e apreensão. A Justiça ainda determinou o bloqueio de bens e dinheiro dos investigados.
Segundo o departamento especializado da Polícia Civil, as ações desta fase das investigações miram servidores públicos que atuaram no alto escalão do Executivo municipal, bem como, empresários e empresas com envolvimento no esquema.
Com suporte técnico do Laboratório de Lavagem de Dinheiro, o Dracco confirmou a criação de conta bancária de fachada, diversa da oficial da prefeitura e não declarada aos órgãos de controle interno e externo do município, por onde foram promovidos pelo menos 150 repasses de verbas públicas em menos de um ano. “A partir de negócios jurídicos dissimulados, integrantes do alto escalão da prefeitura emitiram mais de 600 lâminas de cheques, que totalizaram mais de 23 milhões de reais, a empresas, sem qualquer lastro jurídico para amparar os pagamentos”, afirma o Dracco.
Segundo a polícia, muitas empresas beneficiárias com os pagamentos não mantinham relação jurídica com a prefeitura (licitação, contrato ou meio legal que amparasse a transação financeira).
Também não havia emissão de notas fiscais e os valores não eram submetidos a empenho de despesas, “operações legais que devem ser observadas pelos entes públicos”.
Diante dos fatos, a polícia pediu ao Judiciário em Maracaju os mandados de prisão temporária contra servidores públicos e particulares, mandados de busca e apreensão em empresas e bloqueios de bens. Um dos alvos dos mandados de prisão foi localizado e preso em Umuarama (PR). Em Mato Grosso do Sul, além de Maracaju, as ações ocorrem em Corumbá, Ponta Porã e Campo Grande e envolvem 60 policiais civis.