Publicado em 24/01/2017 às 17:30,
A Polícia Federal de Corumbá, distante 444 quilômetros de Campo Grande, concluiu após investigações da Operação Anatocismus, que o vereador Eurípedes Zaurizio (PTB), preso na manhã desta terça-feira (24), comandava esquema de agiotagem que explorava pessoas de baixa renda, muitos deles beneficiários do Programa Bolsa Família. Ele foi o vereador mais votado em Ladário, distante 435 quilômetros de Campo Grande, nas últimas eleições.
Para o jornal Diário Online o delegado explicou que o vereador é indiciado por agiotagem e retenção de documentos pessoais em continuidade delitiva, já que ficou comprovada a prática de corrupção eleitoral ativa, que seria a compra de votos, e a falsidade ideológica eleitoral, conhecida como caixa 2.
“Embora não consistisse fraude ao Bolsa Família, porque o próprio beneficiário colocava à disposição o valor, ele desvirtuava as finalidades do programa. Certamente gerou maior endividamento dessas famílias”, explica Ricardo.
Segundo a Polícia Federal, os empréstimos e retenção de documentos foram confirmados após análises nos celulares apreendidos. O coordenador da Anatocismus explicou que Eurípedes seria o responsável por realizar os empréstimos e fazer o contato com os interessados. Um homem apontado como comparsa de Eurípedes, que também foi preso preventivamente, seria o responsável por guardar os cartões retidos como garantia de pagamento. Ele efetuava os saques da conta dos devedores.“Vimos que os beneficiários dos programas não eram as pessoas que efetuavam os saques. Se tratava de uma mesma pessoa, na Caixa Econômica, identificado como o comparsa do vereador”, informou o delegado Ricardo Gonçalves. “Em alguns casos retinha 100% do benefício até completar o valor da dívida, com juros de 30% ao mês”, complementou.As investigações duraram três meses e apontaram também omissões e lançamentos de informações falsas na prestação de contas do então candidato à Câmara Municipal de Ladário. “Um exemplo é o fato de cabos eleitorais, que teriam prestado serviço de natureza voluntária, mas na realidade confirmaram o pagamento de recursos. Pode ser que tenha se valido disso, apesar dele prestar a informação que o serviço era não remunerado, a pessoa recebeu o valor. Pode ser aí a venda do voto. Uma modalidade que é possível ter ocorrido”, explicou o chefe da operação.As prisões preventivas do vereador Eurípedes e do homem identificado pela Polícia Federal como seu comparsa foram solicitadas e decretadas pela Justiça pela “reiteração da prática de agiotagem e, no curso das investigações, percebemos que estavam manipulando e tentando intimidar testemunhas”Anatocismus - Iniciada logo após a eleição do ano passado, com o foco de reprimir crimes durante eleições, a primeira fase da Anatocismus encontrou listas com nomes de diversas pessoas que, supostamente seriam beneficiários e também contas de luz e água em nome de terceiros, que podem ter sido alguma maneira, dele controlar essas pessoas. A lista foi encontrada na casa do vereador.Candidato pelo PTB, Eurípedes foi eleito vereador em Ladário com 365 votos na eleição de 2 de outubro de 2016. Foi o mais votado para a Câmara de Vereadores.A Câmara ladarense está em recesso e os parlamentares iniciam o ano legislativo no dia 1º de fevereiro.Midiamax
Segundo a Polícia Federal, os empréstimos e retenção de documentos foram confirmados após análises nos celulares apreendidos. O coordenador da Anatocismus explicou que Eurípedes seria o responsável por realizar os empréstimos e fazer o contato com os interessados. Um homem apontado como comparsa de Eurípedes, que também foi preso preventivamente, seria o responsável por guardar os cartões retidos como garantia de pagamento. Ele efetuava os saques da conta dos devedores.
“Vimos que os beneficiários dos programas não eram as pessoas que efetuavam os saques. Se tratava de uma mesma pessoa, na Caixa Econômica, identificado como o comparsa do vereador”, informou o delegado Ricardo Gonçalves. “Em alguns casos retinha 100% do benefício até completar o valor da dívida, com juros de 30% ao mês”, complementou.
As investigações duraram três meses e apontaram também omissões e lançamentos de informações falsas na prestação de contas do então candidato à Câmara Municipal de Ladário. “Um exemplo é o fato de cabos eleitorais, que teriam prestado serviço de natureza voluntária, mas na realidade confirmaram o pagamento de recursos. Pode ser que tenha se valido disso, apesar dele prestar a informação que o serviço era não remunerado, a pessoa recebeu o valor. Pode ser aí a venda do voto. Uma modalidade que é possível ter ocorrido”, explicou o chefe da operação.
As prisões preventivas do vereador Eurípedes e do homem identificado pela Polícia Federal como seu comparsa foram solicitadas e decretadas pela Justiça pela “reiteração da prática de agiotagem e, no curso das investigações, percebemos que estavam manipulando e tentando intimidar testemunhas”
Anatocismus - Iniciada logo após a eleição do ano passado, com o foco de reprimir crimes durante eleições, a primeira fase da Anatocismus encontrou listas com nomes de diversas pessoas que, supostamente seriam beneficiários e também contas de luz e água em nome de terceiros, que podem ter sido alguma maneira, dele controlar essas pessoas. A lista foi encontrada na casa do vereador.
Candidato pelo PTB, Eurípedes foi eleito vereador em Ladário com 365 votos na eleição de 2 de outubro de 2016. Foi o mais votado para a Câmara de Vereadores.
A Câmara ladarense está em recesso e os parlamentares iniciam o ano legislativo no dia 1º de fevereiro.
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