Os tios e o primo da criança que era torturada em rituais de magia negra pela família em Campo Grande - na época da descoberta do caso ela tinha quatro anos - foram condenadas a prisão pela Justiça Estadual. As penas variam de 15 anos a 18 anos, ambas começando em regime fechado.
Tramitando em segredo de Justiça, o caso foi julgado pela 7ª Vara Criminal de Campo Grande e foi desmembrado do processo que julga a avó da criança, acusada de também participar dos rituais de tortura contra o neto.
A maior pena foi para a tia do garoto, que foi condenada a 18 anos, seis meses e 20 dias de reclusão. Já o marido dela teve sentença de 17 anos, cinco meses e 10 dias de prisão, enquanto o primo da vítima, que tem 18 anos, terá que cumprir pena de 15 anos, dois meses e 20 dias de reclusão.
O trio foi condenado pelos crimes de tortura, associação para o crime e fornecimento de bebida alcoólica para a criança, além de pagamento de multa de R$ 10 mil cada um. Eles também não poderão recorrer ao crime em liberdade. O juiz ainda decretou a incapacidade dos réus em exercer poder familiar com a vítima, que já foi adotada por outra família.
A guarda do garoto estava com os tios, sendo que o primo morava junto deles e também submetia a vítima a intenso sofrimento físico e mental. A denúncia do Ministério Público frisa que a criança era deixada amarrada e sem comer, agredida com tapas, socos, golpes com cabo de vassoura, arranhões.
Outras crueldades cometidas contra o garoto era a retirada de unhas de um dos pés dele, queimaduras com charutos e produtos químicos, além de torturá-lo com água fervente. A vítima sofreu vários traumas físicos e psicológicos durante os rituais.
Havia a suspeita de que as filhas biológicas do casal, também crianças, foram corrompidas a participar dos rituais. Porém, o fato não foi comprovado e eles foram absolvidos da acusação, assim como do crime de abandono de incapaz das filhas.
Campo Grande News