Publicado em 04/01/2017 às 10:23,
Testemunhas que gravaram vídeos na cena do acidente com a camionete de Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, podem ajudar a polícia a entender a “dinâmica” da morte do empresário, assassinado pelo policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos.
Segundo a delegada que investiga o caso, Daniella Kades, a polícia irá encaminhar ofícios a veículos de comunicação e também empresas de telefonia para tentar localizar de onde partiram os vídeos, amplamente divulgados em redes sociais.
O objetivo é colher o depoimento destas testemunhas, para que contem o que viram além das filmagens. “São testemunhas que podem confirmar a logística do crime e o que houve antes do acidente”, disse.
Depoimento - Nesta terça-feira (3), a polícia ouviu a primeira testemunha do caso envolvendo a morte do empresário. Bruna Eduarda Silva, 26 anos, chegou à delegacia às 14 horas. Ela estava acompanhada de Christian Queiroz, proprietário da boate em que Adriano, Agnaldo Espinosa da Silva, de 48, e seu filho, de 17, comemoravam o aniversário do adolescente antes de ocorrer o acidente.
À imprensa, a testemunha relatou conhecer Adriano há dois anos, período em que trabalhou no Sushi Express e no Madalena Sushi, ambos de propriedade do empresário, e relatou tê-lo visto em três momentos naquela noite. “Ele agiu de forma espontânea e conversou com todo mundo como sempre fez. Vi ele na hora em que ele chegou, na hora em que saiu e depois no acidente”.
Após deixar a boate, onde trabalha há dois meses, foi levar o irmão na Avenida Ernesto Geisel, momento em que presenciou o acidente. Um amigo que também trabalhou com Adriano que confirmou que a placa da Hilux era a do empresário. “Cheguei mais próximo, vi o corpo e reconheci que era ele. Na hora fiquei sem reação”.
Investigação - Ainda segundo a delegada, tanto o policial, quanto o garoto de 17 anos, que estava no carro com Adriano, confirmam a versão de que o PRF sacou a arma em um segundo momento, mas há uma versão diferente por parte de Agnaldo Espinosa da Silva, 48 anos.
Também ainda não ficou esclarecido pela polícia se Ricardo ligou ou não para a Polícia Militar pedindo reforço e como ocorreu este pedido.
“Temos três linhas de investigação, se houve realmente um homicídio, se houve legítima defesa, ou se ocorreu excesso de uma legitima defesa”, disse a delegada.
O que a polícia já sabe, é que Adriano foi morto com cinco tiros, e não três, como havia sido informado anteriormente. Ele foi atingido por dois no braço esquerdo, um no pescoço, um no tórax e outro no abdômen, e morreu no local.
Conforme Kades, o inquérito deve ser concluído no prazo de 30 dias. A polícia deve ouvir mais testemunhas e não descarta a possibilidade de uma reconstituição no local do crime, além disso, aguarda laudos para concluir a investigação.
Buraco – Ao contrário do que havia sido dito por familiares das vítimas, a polícia afirma que descarta a possibilidade de que Adriano tenha |fechado| o policial, ao desviar de um buraco, na Avenida Ernesto Geisel.
De acordo com a delegada, investigadores percorreram a região onde ocorreu o crime e o acidente, e não encontraram buraco. |Percorremos todo o trecho da Rua Pimenta Bueno até a 26 agosto, onde ocorreu o acidente, e descartamos essa possibilidade, porque não existia buraco|, disse a delegada.
No domingo (1), o Campo Grande News foi até o local, onde a briga entre autor e vítima teria ocorrido. De fato, existia um buraco na Avenida Ernesto Geisel, entre a Afonso Pena e a Rua João Rosa Pires, na pista do meio.
Campo Grande News