A Polícia Civil de Campo Grande realizará nesta quarta-feira (11) a reconstituição do suposto acidente de trânsito onde o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, matou a tiros o empresário Adriano Correia do Nascimento, 33 anos, e feriu outras duas pessoas, no último dia 31 de dezembro.
A informação foi confirmada pela governadora em exercício Rose Modesto (PSDB), durante evento na manhã desta terça-feira (10).
Segundo ela, uma reunião está agendada para as próximas na Sejusp (Secretaria estadual de Justiça e Segurança Pública) para tratar como será o trabalho integrado das polícias e da perícia na realização do trabalho. O horário não foi revelado.
“Vamos tratar do assunto com a maior transparência possível e informar a população do que realmente acontecer. Tudo vai ser devidamente investigado”, disse a governadora em exercício.
Moon, o ‘Coreia’, está preso desde o último dia 5, quando a Justiça voltou atrás da decisão de lhe conceder liberdade provisória e acatou o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público.
Afastado das atividades e investigado também pela corregedoria do órgão, Moon está em uma cela do Garras (grupo de elite da Polícia Civil). Sua defesa está sob responsabilidade de Renê Siufi, pago através de vaquinha entre colegas do PRF.
Crime - Ricardo Hyun Su Moon conduzia sua Mitsubishi Pajero prata naquela manhã em sentido à rodoviária, onde embarcaria para Corumbá (a419km de Campo Grande), seu posto de trabalho na PRF. Após uma suposta briga de trânsito, ele atirou sete vezes contra a Hilux branca do empresário.
Nascimento, dono de dois restaurantes japoneses na cidade, morreu na hora, perdeu o controle do veículo e bateu em um poste. Um jovem de 17 anos que o acompanha foi baleado nas pernas. Outro acompanhante no veículo, um supervisor comercial, de 48, quebrou o braço esquerdo e sofreu escoriações com a batida. Ambos foram socorridos conscientes.
O policial ficou no local do crime e chegou até a discutir com uma das vítimas, mas não foi preso na ocasião, mesmo havendo policiais militares no local. Posteriormente, ele acabou sendo indiciado em flagrante ao comparecer na delegacia com um advogado e representante da PRF. Aacabou solto dias depois.
Em seu depoimento, Moon disse que agiu em legítima defesa. Afirmou que as vítimas não o obedeceram mesmo após ele se identificar como policial, que tentaram lhe atropelar ao fugir dele e que viu um objeto escuro que poderia ser uma arma na mão de uma das vítimas.
A Polícia Civil de Campo Grande investiga o caso como homicídio em inquérito. Ouve testemunhas e as duas vítimas sobreviventes, além de rastrear autores das filmagens e ligações para a Polícia Militar. Desde o dia 3, no entanto, não divulgava informações oficiais sobre o caso nem por meio da Sejusp.
Na nova acusação formalizada, o Ministério Público Estadual pede para que a Polícia Civil investigue também a postura da PM no atendimento da ocorrência. No entendimento dos promotores, houve favorecimento a Moon na forma de atuação. A Corregedoria da Corporação abriu inquérito e a reconstituição servirá também para que os policiais mostrem se agiram de forma ética no dia.
Campo Grande News