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Multidão prova que na cidade do sertanejo campo-grandense sabe fazer carnaval

O apelido é de terra do sertanejo, mas quatro dias de folia foram suficientes para provar que Campo Grande também tem espaço para o Carnaval. Não faz muito tempo, mas a folia de rua de campo-grandense não tinha tanto prestígio, mas a cena mudou e blocos deram conta de puxar 40 mil pessoas. Do ano passado para este, o número de foliões, por dia, pulou de 10 mil para 15 mil.

O antigo carnaval da avenida Fernando Corrêa da Costa foi extinto há alguns anos. Quando existiu, contemplava bandas de axé. Hoje, no repertório, só samba e marchinhas: É assim que funciona um dos mais tradicionais de Campo Grande, o cordão Valu, que se despede nesta terça-feria, 28, do carnaval de 2017. O bloco é uma das principais atrações da folia na cidade e atraiu 15 mil pessoas no último sábado. A agremiação nasceu em 2006, portanto, completou neste ano seu 11º desfile.  

Para a fundadora do Cordão Valu, Silvana Valu, o sucesso tem a ver com a liberdade permitida no carnaval de rua, inclusive, citou o contexto político que esteve acompanhado neste ano “As pessoas vieram na paz, pra brincar. O bloco de é um manifesto, uma ocupação, permite-se isso”, avaliou.

Quem costuma ir ao cordão sabe o que encontrar por lá: Música, fantasias e um ambiente nada hostil, como realidade aparte. “A gente via isso no carnaval lá do Rio, de São Paulo, mas a gente conseguiu fazer uma festa tão bonita quanto a deles, mesmo não sendo a nossa tradição”, analisou a professora Maria Alice, Delgado,  de 32 anos.

Longe de ser alienante, a festa é talvez a mais politizada das festas brasileiras, e na Capital, o Carnaval também teve caráter mais sério com contexto político e a campanha contra o assédio. “Há alguns anos era quase impossível de se imaginar isso aqui. Gente ocupando um lugar pouco prestigiado e que faz parte da história da cidade, com fantasias criativas. É espontâneo, sem restrições”, opinou o engenheiro Enrico de Souza.

Midiamax