Uma mulher de 25 anos morreu ao ter 80% de seu corpo queimado, após ser lançada na fogueira num suposto ritual de “purificação religiosa” em uma comunidade da costa caribenha da Nicarágua. Segundo a imprensa local, o grupo fanático religioso de autoria do crime acusou a mulher de estar “endemoniada”.
Vilma Trujillo não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada desta terça-feira (28) em um hospital de Manágua. O suposto ritual de exorcismo começou no dia 15 de fevereiro quando ela foi levada, e agonizou durante uma semana.
Testemunhas do ocorrido disseram ao diário La Prensa, de Manágua, que a mulher, depois de ser considerada “endemoniada”, foi condenada a ser lançada na fogueira pelo pastor Juan Gregorio Rocha Romero, da igreja Assembleia de Deus. Outros quatro membros da congregação participaram do ritual.
O crime que comoveu a sociedade nicaraguense, ocorreu em uma comunidade conhecida como El Cortezal, localizada perto do município de Rostia, na região do Caribe nicaraguense, uma zona economicamente deprimida, longínqua e esquecida pelas autoridades do país.Reynaldo Peralta Rodríguez, marido da vítima, afirmou à mídia local que sua mulher tinha sido estuprada, embora as autoridades não tenham confirmado esse crime.As testemunhas disseram que a mulher foi amarrada e queimada na fogueira sob supervisão do pastor, e depois seu corpo foi lançado “em um barranco”, o que demonstra a crueldade com que agiram seus algozes.|Eles fizeram bruxaria|Reynaldo Peralta, disse que sua esposa, mãe de dois filhos, foi levada a força pelos membros da igreja, com a acusação que ela teria atacada várias pessoas com um facão.Mas, para ele, ela não estava “endemoniada”, mas tinha sim vítima de |bruxaria|.“Ela tomou um remédio que um homem deu à ela, e agora a família de Vilma me disse que ela foi vialada. Desde que ela começou a tomar, mudou um pouco comigo”, disse Peralta ao jornal La Prensa.
O crime que comoveu a sociedade nicaraguense, ocorreu em uma comunidade conhecida como El Cortezal, localizada perto do município de Rostia, na região do Caribe nicaraguense, uma zona economicamente deprimida, longínqua e esquecida pelas autoridades do país.
Reynaldo Peralta Rodríguez, marido da vítima, afirmou à mídia local que sua mulher tinha sido estuprada, embora as autoridades não tenham confirmado esse crime.
As testemunhas disseram que a mulher foi amarrada e queimada na fogueira sob supervisão do pastor, e depois seu corpo foi lançado “em um barranco”, o que demonstra a crueldade com que agiram seus algozes.
|Eles fizeram bruxaria|
Reynaldo Peralta, disse que sua esposa, mãe de dois filhos, foi levada a força pelos membros da igreja, com a acusação que ela teria atacada várias pessoas com um facão.
Mas, para ele, ela não estava “endemoniada”, mas tinha sim vítima de |bruxaria|.
“Ela tomou um remédio que um homem deu à ela, e agora a família de Vilma me disse que ela foi vialada. Desde que ela começou a tomar, mudou um pouco comigo”, disse Peralta ao jornal La Prensa.
Em sua defesa, o Pastor Juan Gregorio Rocha Romero disse que Trujillo caiu no fogo |quando o espírito demoníaco deixou seu corpo|, então ele negou que tivesse jogado.Até agora, eles foram detidos cinco pessoas pelo crime: Pastor Juan Gregorio Rocha, a diaconisa Esneyda del Socorro Orozco.Também foram entregues ao Ministério Público três pessoas que foram identificadas como Franklin Jarquín Hernandez, Pedro José e Tomasa, que supostamente também participou do ritual.
Em sua defesa, o Pastor Juan Gregorio Rocha Romero disse que Trujillo caiu no fogo |quando o espírito demoníaco deixou seu corpo|, então ele negou que tivesse jogado.
Até agora, eles foram detidos cinco pessoas pelo crime: Pastor Juan Gregorio Rocha, a diaconisa Esneyda del Socorro Orozco.
Também foram entregues ao Ministério Público três pessoas que foram identificadas como Franklin Jarquín Hernandez, Pedro José e Tomasa, que supostamente também participou do ritual.
Este é um dos episódios mais críticos dos registrados na Nicarágua em relação à violência contra as mulheres, em uma país onde os feminicídios são uma ameaça constante.A organização Católicas pelo Direito de Decidir contabiliza 345 mortes de mulheres entre 2012 e 2016, em um país de pouco mais de seis milhões de habitantes. A mesma entidade registra 49 mulheres mortas de modo violento durante 2016, sendo a maioria dos casos reportados na região do Caribe, a maior da Nicarágua, com uma extensão de quase 60.000 quilômetros quadrados.Juanita Jiménez, do Movimento Autônomo de Mulheres da Nicarágua, uma das organizações feministas mais combativas, disse ao jornal EL PAÍS que as autoridades nicaraguenses precisam fazer uma “investigação em profundidade” deste caso, no qual há, além de tudo, uma acusação de estupro. “Não é um acaso que o pastor dessa congregação religiosa comandou esse ato criminoso. Achamos que tentava encobrir o abuso sexual”, disse Jiménez.Para a ativista este fato é o resultado de uma mortífera combinação do machismo institucionalizado no país com o fanatismo religioso promovido pelo Estado, já que o Governo recorre à manipulação da religião para atrair o apoio de uma população profundamente religiosa.“Há uma total desproteção institucional para as mulheres. Não há autoridades combativas que persigam este tipo de delito, que fica na impunidade. Este é um exemplo do retrocesso em direitos humanos que o país sofre, um retrocesso que recoloca o país no obscurantismo”, acrescentou a feminista nicaraguense.
Este é um dos episódios mais críticos dos registrados na Nicarágua em relação à violência contra as mulheres, em uma país onde os feminicídios são uma ameaça constante.
A organização Católicas pelo Direito de Decidir contabiliza 345 mortes de mulheres entre 2012 e 2016, em um país de pouco mais de seis milhões de habitantes. A mesma entidade registra 49 mulheres mortas de modo violento durante 2016, sendo a maioria dos casos reportados na região do Caribe, a maior da Nicarágua, com uma extensão de quase 60.000 quilômetros quadrados.
Juanita Jiménez, do Movimento Autônomo de Mulheres da Nicarágua, uma das organizações feministas mais combativas, disse ao jornal EL PAÍS que as autoridades nicaraguenses precisam fazer uma “investigação em profundidade” deste caso, no qual há, além de tudo, uma acusação de estupro. “Não é um acaso que o pastor dessa congregação religiosa comandou esse ato criminoso. Achamos que tentava encobrir o abuso sexual”, disse Jiménez.
Para a ativista este fato é o resultado de uma mortífera combinação do machismo institucionalizado no país com o fanatismo religioso promovido pelo Estado, já que o Governo recorre à manipulação da religião para atrair o apoio de uma população profundamente religiosa.
“Há uma total desproteção institucional para as mulheres. Não há autoridades combativas que persigam este tipo de delito, que fica na impunidade. Este é um exemplo do retrocesso em direitos humanos que o país sofre, um retrocesso que recoloca o país no obscurantismo”, acrescentou a feminista nicaraguense.
Campo Grande News