Publicado em 04/05/2017 às 15:23,

MS é o quinto estado com mais filiados do PCC, aponta MPE paulista

Redação,

Relatório de investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual de São Paulo apontou que Mato Grosso do Sul tem atualmente 1.096 integrantes ‘batizados’ que atuam no Estado dentro e fora dos presídios. São cinco vezes mais criminosos ligados à facção que há 17 anos atrás.

O número coloca o Estado como o quinto no Brasil em número de integrantes da facção paulista, atrás somente de São Paulo (8.534 membros), Paraná (2.426), Ceará (2.403) e Alagoas (1.263).

Na média, Mato Grosso do Sul abriga um em cada 22 dos 24.779 integrantes que integram o maior bando criminoso em atuação no Brasil.

O relatório do MP paulista foi concluído em março e tem como objetivo forçar o governo estadual a autorizar a transferência de até 16 líderes do PCC de presídios da cidade do interior para outros estados e até mesmo instituições penais federais, incluindo Marcos Camacho, 49 anos, o ‘Marcola’, e Rogério Jeremias de Simone, 40, o ‘Gegê do Mangue’, apontado como os dois principais líderes da facção.

O governo de São Paulo é contra a transferência. Em áudios obtidos pelo jornal Folha de S. Paulo, o secretário paulista de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, argumenta que é uma medida “ineficaz.” “Não deu certo e ainda piorou a situação antes, porque haveria de solucionar algo em um período pós-crise como agora”, disse.

Gomes atenta à medida iniciada pelo próprio governo paulista no final dos anos 1990, em que então lideranças da facção foram transferidas para outros estados, ampliando a rede de contatos dos criminosos e culminando em mega rebelião desencandeada em 2001.

Crescimento – O início das transferências de líderes por São Paulo culmina no fortalecimento do PCC em Mato Grosso do Sul. No relatório, promotores apontam que a facção mantinha pouco mais de 200 integrantes no Estado na época (número cinco vezes menor que hoje), responsáveis por negociar e organizar a compra e transporte de armas e drogas do Paraguai para a região metropolitana da capital paulista. O domínio, no entanto, era dos cariocas do Comando Vermelho.

Na avaliação dos promotores, a ganância e o poder de fogo ganhos pela facção durante os anos 2000 reverteu o quadro. De meros negociantes, os integrantes do PCC viraram parte do negócio, culminando no assassinato Jorge Toumani Rafaat, em junho de 2016, considerado até então o líder máximo do tráfico e a força que mantinha o equilíbrio e evitava massacres entre grupos rivais.“Percebe-se, no entanto, que desde o ousado passo dado pela facção, a estratégia foi de se apoderar por completo do fluxo do tráfico de drogas e armas, estabelecendo e tomando territórios da Região Centro-Oeste que antes mantinham em comum acordo com os hoje rivais de quadrilhas cariocas”, diz o texto do Gaeco-SP.O MP-SP esclarece no parecer que Mato Grosso do Sul é classificado como ‘conflito moderado.’ Ou seja, diferentes de outros estados onde houveram massacres de detentos durante rebeliões, o PCC organizou a migração de lideranças experientes, os chamados ‘Das Antiga’, em cidades chaves como Ponta Porã e Coronel Sapucaia, para evitarem assassinatos desnecessários ao mesmo que ganham território e confiança de fornecedores paraguaios.Informações – A troca de informações entre os MPs paulista e sul-mato-grossense, citada no relatório, aponta passos importantes tomados no Estado, como a transferência de lideranças locais da facção, como Francivaldo Rodrigues Lima, o ‘Pantaneiro’, que deixou o Presídio de Segurança Máxima para uma unidade federal em fevereiro para evitar conflitos com o Comando Vermelho.‘Pantaneiro’ era o principal nome do PCC no Estado desde que chegou em Dourados, em 2013. Em São Paulo, seu nome figura como autor em nada menos que 44 processos criminais, de 13 cidades diferentes, em crimes como homicídio, tráfico de drogas e armas, roubo e furto.O Gaeco-SP destaca atenção às ações da facção em Mato Grosso do Sul. No relatório, já apareciam indícios de atividades como explosões de caixas eletrônicos para angariar fundos (fato que se concretizou com a ação de invasão de uma empresa de transportes de valores no Paraguai). Mas também os promotores destacam que “operações do Exército e polícias Federal e locais, como Militar e Civil, conseguiam identificar e atuar contra a proliferação da quadrilha.”

Na avaliação dos promotores, a ganância e o poder de fogo ganhos pela facção durante os anos 2000 reverteu o quadro. De meros negociantes, os integrantes do PCC viraram parte do negócio, culminando no assassinato Jorge Toumani Rafaat, em junho de 2016, considerado até então o líder máximo do tráfico e a força que mantinha o equilíbrio e evitava massacres entre grupos rivais.

“Percebe-se, no entanto, que desde o ousado passo dado pela facção, a estratégia foi de se apoderar por completo do fluxo do tráfico de drogas e armas, estabelecendo e tomando territórios da Região Centro-Oeste que antes mantinham em comum acordo com os hoje rivais de quadrilhas cariocas”, diz o texto do Gaeco-SP.

O MP-SP esclarece no parecer que Mato Grosso do Sul é classificado como ‘conflito moderado.’ Ou seja, diferentes de outros estados onde houveram massacres de detentos durante rebeliões, o PCC organizou a migração de lideranças experientes, os chamados ‘Das Antiga’, em cidades chaves como Ponta Porã e Coronel Sapucaia, para evitarem assassinatos desnecessários ao mesmo que ganham território e confiança de fornecedores paraguaios.

Informações – A troca de informações entre os MPs paulista e sul-mato-grossense, citada no relatório, aponta passos importantes tomados no Estado, como a transferência de lideranças locais da facção, como Francivaldo Rodrigues Lima, o ‘Pantaneiro’, que deixou o Presídio de Segurança Máxima para uma unidade federal em fevereiro para evitar conflitos com o Comando Vermelho.

‘Pantaneiro’ era o principal nome do PCC no Estado desde que chegou em Dourados, em 2013. Em São Paulo, seu nome figura como autor em nada menos que 44 processos criminais, de 13 cidades diferentes, em crimes como homicídio, tráfico de drogas e armas, roubo e furto.

O Gaeco-SP destaca atenção às ações da facção em Mato Grosso do Sul. No relatório, já apareciam indícios de atividades como explosões de caixas eletrônicos para angariar fundos (fato que se concretizou com a ação de invasão de uma empresa de transportes de valores no Paraguai). Mas também os promotores destacam que “operações do Exército e polícias Federal e locais, como Militar e Civil, conseguiam identificar e atuar contra a proliferação da quadrilha.”

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