A alta incidência de suicídios no município de Maracaju tem preocupado autoridades e a comunidade. Na madrugada deste domingo (05), mais um caso foi registrado, desta vez no Bairro Alto Maracaju.
Conforme informações do Boletim de Ocorrência, por volta das 3 horas da madrugada, a esposa da vítima levantou-se da cama para esperar a filha que havia saído e não viu seu marido ao lado na cama, por isso foi até a frente da casa e ao retornar o encontrou no banheiro que fica entre a casa e o barracão instalado na parte da frente do terreno.
Infelizmente, a esposa encontrou seu marido, Hermes Moreira de 59 anos de idade já sem vida com uma corda amarrada ao pescoço e pendurado pelo pilar de sustentação da estrutura de um banheiro. A esposa de Hermes acionou o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar, porém nada pôde ser feito, pois a vítima já estava morta.
Em cerca de um ano, pelo menos cinco suicídios foram registrados em Maracaju, de acordo com a polícia o número é considerado alto para um município de apenas 43 mil habitantes, só neste ano já foram registrados dois casos, o primeiro foi em Janeiro e os principais motivos são ligados a casos de depressão provocada por diversos fatores.
Dados alarmantes no País - No Brasil acontecem em média mais de 1 suicídio por hora, contabilizando 26 suicídios por dia, num total de mais de 9.000 pessoas por ano. Embora o país esteja na 11ª posição no ranking mundial de taxa de suicídios, ocupa a 9ª posição em números absolutos, por se tratar de um país populoso. Analogamente, é como se um ônibus com 26 passageiros tivesse um acidente fatal todos os dias e ninguém comentasse sobre o assunto. Pouco se fala sobre o suicídio e quase nada se faz.
Nos últimos 15 anos, houve um aumento de 33% na taxa de suicídios completos no Brasil, maior que o aumento da população, dos homicídios e dos acidentes de trânsito. Temos cidades no Brasil com taxas maiores que a Lituânia, 1° colocado no ranking mundial de suicídios. O suicídio de homens com idade entre 15 e 24 anos teve um expressivo aumento de 20 vezes no período de 1980 a 2000 (Waiselfisz, 2011).
O que você pode fazer? - Segundo o psiquiatra Carlos Felipe Almeida, o ideal é conversar com a pessoa e não deixá-la sozinha. Ao conversar, procure não falar muito e ouvir mais, já que muitas vezes a pessoa só precisa ser ouvida. “Se possível, acompanhe-a a um profissional de saúde e peça orientação”, diz. Outra medida é retirar acesso de ferramentas potencialmente destrutivas dentro de casa - como arma, remédios, cordas e substâncias tóxicas - para evitar o uso delas em um impulso.