Publicado em 26/05/2017 às 15:46,

Justiça de SP solta perito de MS, que será investigado por tráfico de armas

Redação,

A Justiça de São Paulo soltou na última terça-feira (23) o médico Omar Ferreira Miguel, 40 anos, que trabalha em Mato Grosso do Sul como perito oficial forense, preso no último dia 17 com mais de 600 munições de uso restrito ao desembarcar vindo de Campo Grande em uma rodoviária na capital paulista. Mas a Polícia Civil vai investigar seu envolvimento em um suposto esquema de tráfico de munições.

Miguel terá o direito de responder a acusação em liberdade. Ele estava detido desde então na carceragem do 2º DP paulistano, no bairro do Bom Retiro, região central daquela cidade, responsável pela operação que lhe prendeu.Segundo o delegado Carlos Poli, titular da delegacia e que comandou a prisão de Miguel, a informação de sua chegada foi dada por um homem acusado de arrombar apartamentos em bairros de luxo de São Paulo. O que deixa a polícia apreensiva com a possibilidade do médico fazer o trabalho de transporte ilegal de munições.“A munição era de qualidade e restrita, como a calibre ponto 40, que só policiais usam. Abrimos um inquérito paralelo e ele (acusado) nos contou que vinham do Paraguai por um mula (jargão policial para transportadores de armas e drogas) com autoridade, que não era parado nem pelo Exército”, disse o delegado.Segundo Poli, as informações sobre a chegada de munições foram obtidas “por mais de uma fonte.” “Disque-denúncia, testemunha, todos deram as mesmas dicas, da origem, do ônibus. Difícil não ser algo quente com mais de uma pessoa falando”, disse.Poli informou que a Justiça aceitou a argumentação do médico de que era servidor carreirista do Estado. Mas que os elementos para se investigar um suposto tráfico de armas e munições foram suficientes para que o caso continuasse a ser apurado pelos policiais.“Existe alguém abastecendo quadrilhas. Precisamos saber quem. Ele alega que era colecionador e que iria visitar parentes. Mas quem carrega tanta munição sem nenhum interesse? Precisamos levantar dados. Conseguimos telefones, vamos conversar com a polícia daí (MS) e tentar uma aproximação. Há algo acontecendo”, completou o delegado.O Campo Grande News questionou a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) se Omar será reintegrado aos quadros ou demitido, mas a Pasta não respondeu até a conclusão desta reportagem.O caso - De acordo com a Polícia Civil, o médico viajava num ônibus que saiu de Mato Grosso do Sul com destino à capital paulista. O veículo foi abordado pelos policiais ao chegar ao Terminal Rodoviário da Barra Funda, na zona oeste local, e durante vistorias nas bagagens dos passageiros encontraram as munições em uma mala de mão de Omar.O médico carregava em uma mochila, 149 cartuchos íntegros de munição calibre 300 - utilizado em rifles; 270 cartuchos íntegros e 200 cápsulas vazias de pistola .40; além de 20 cartuchos de pistola calibre 45.À polícia, Omar disse as munições são de uso particular, pois é colecionador e praticante de tiro. Como estava sem a documentação dos cartuchos, o médico foi encaminhado para o 2º Departamento de Polícia Civil de São Paulo, onde permanecerá preso até passar por audiência de custódia.Pelo portal da transparência do Governo do Estado, Omar ocupa o cargo de perito oficial forense em Mato Grosso do Sul, e recebe salário de R$ 8,1 mil.O médico é mineiro de Uberlândia, ortopedista especializado em quadris, que atuava em São Carlos (SP). Tomou posse em Mato Grosso do Sul no dia 6 de dezembro de 2012.“Servidor vagabundo” - Em 2014, Omar, que era lotado como médico legista em Nova Andradina, pediu demissão do cargo depois de ter sido chamado de “servidor vagabundo” pelo governador de Mato Grosso do Sul na época, André Puccinelli.O então governador participava de uma solenidade numa escola, quando familiares da adolescente Taynara Pereira, 15 anos, que havia morrido em uma acidente dias antes, durante o cortejo fúnebre dela, passaram em frente ao local promovendo um buzinaço. Eles protestavam ontra a demora do IML (Instituto Médico Legal) para liberar o corpo da jovem.Questionado sobre o assunto, o governador disparou: “não tem nada de manifesto. É um vagabundo de um servidor que não estava em seu local de trabalho e já determinei ao policial Jefferson (delegado) que faça a advertência.”Em entrevista, Omar disse que estava de folga no dia do acidente que resultou na morte da jovem. Na falta de legista em Nova Andradina, o corpo foi enviado à Dourados e liberado cerca de 22 horas depois, causando indignação por parte de familiares.Revoltado, o médico pediu demissão. “Ele não sabe quem eu sou, nem do meu trabalho”, disse, na época.Pouco depois, em Campo Grande, Puccinelli retificou a declaração, dizendo que não havia se referido diretamente ao médico. |Se ele (servidor) não estava em seu local de trabalho, sem uma justificativa, ele seria um vagabundo”, explicou André.

Miguel terá o direito de responder a acusação em liberdade. Ele estava detido desde então na carceragem do 2º DP paulistano, no bairro do Bom Retiro, região central daquela cidade, responsável pela operação que lhe prendeu.

Segundo o delegado Carlos Poli, titular da delegacia e que comandou a prisão de Miguel, a informação de sua chegada foi dada por um homem acusado de arrombar apartamentos em bairros de luxo de São Paulo. O que deixa a polícia apreensiva com a possibilidade do médico fazer o trabalho de transporte ilegal de munições.

“A munição era de qualidade e restrita, como a calibre ponto 40, que só policiais usam. Abrimos um inquérito paralelo e ele (acusado) nos contou que vinham do Paraguai por um mula (jargão policial para transportadores de armas e drogas) com autoridade, que não era parado nem pelo Exército”, disse o delegado.

Segundo Poli, as informações sobre a chegada de munições foram obtidas “por mais de uma fonte.” “Disque-denúncia, testemunha, todos deram as mesmas dicas, da origem, do ônibus. Difícil não ser algo quente com mais de uma pessoa falando”, disse.

Poli informou que a Justiça aceitou a argumentação do médico de que era servidor carreirista do Estado. Mas que os elementos para se investigar um suposto tráfico de armas e munições foram suficientes para que o caso continuasse a ser apurado pelos policiais.

“Existe alguém abastecendo quadrilhas. Precisamos saber quem. Ele alega que era colecionador e que iria visitar parentes. Mas quem carrega tanta munição sem nenhum interesse? Precisamos levantar dados. Conseguimos telefones, vamos conversar com a polícia daí (MS) e tentar uma aproximação. Há algo acontecendo”, completou o delegado.

O Campo Grande News questionou a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) se Omar será reintegrado aos quadros ou demitido, mas a Pasta não respondeu até a conclusão desta reportagem.

O caso - De acordo com a Polícia Civil, o médico viajava num ônibus que saiu de Mato Grosso do Sul com destino à capital paulista. O veículo foi abordado pelos policiais ao chegar ao Terminal Rodoviário da Barra Funda, na zona oeste local, e durante vistorias nas bagagens dos passageiros encontraram as munições em uma mala de mão de Omar.

O médico carregava em uma mochila, 149 cartuchos íntegros de munição calibre 300 - utilizado em rifles; 270 cartuchos íntegros e 200 cápsulas vazias de pistola .40; além de 20 cartuchos de pistola calibre 45.

À polícia, Omar disse as munições são de uso particular, pois é colecionador e praticante de tiro. Como estava sem a documentação dos cartuchos, o médico foi encaminhado para o 2º Departamento de Polícia Civil de São Paulo, onde permanecerá preso até passar por audiência de custódia.

Pelo portal da transparência do Governo do Estado, Omar ocupa o cargo de perito oficial forense em Mato Grosso do Sul, e recebe salário de R$ 8,1 mil.

O médico é mineiro de Uberlândia, ortopedista especializado em quadris, que atuava em São Carlos (SP). Tomou posse em Mato Grosso do Sul no dia 6 de dezembro de 2012.

“Servidor vagabundo” - Em 2014, Omar, que era lotado como médico legista em Nova Andradina, pediu demissão do cargo depois de ter sido chamado de “servidor vagabundo” pelo governador de Mato Grosso do Sul na época, André Puccinelli.

O então governador participava de uma solenidade numa escola, quando familiares da adolescente Taynara Pereira, 15 anos, que havia morrido em uma acidente dias antes, durante o cortejo fúnebre dela, passaram em frente ao local promovendo um buzinaço. Eles protestavam ontra a demora do IML (Instituto Médico Legal) para liberar o corpo da jovem.

Questionado sobre o assunto, o governador disparou: “não tem nada de manifesto. É um vagabundo de um servidor que não estava em seu local de trabalho e já determinei ao policial Jefferson (delegado) que faça a advertência.”

Em entrevista, Omar disse que estava de folga no dia do acidente que resultou na morte da jovem. Na falta de legista em Nova Andradina, o corpo foi enviado à Dourados e liberado cerca de 22 horas depois, causando indignação por parte de familiares.

Revoltado, o médico pediu demissão. “Ele não sabe quem eu sou, nem do meu trabalho”, disse, na época.

Pouco depois, em Campo Grande, Puccinelli retificou a declaração, dizendo que não havia se referido diretamente ao médico. |Se ele (servidor) não estava em seu local de trabalho, sem uma justificativa, ele seria um vagabundo”, explicou André.

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