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Ex-maratonista que correu 13 edições da São Silvestre morre aos 98 anos

Morreu por volta de 23h de ontem (19) em Dourados, a 233 km de Campo Grande, o ex-maratonista Francisco José Paulino, o “seu Paulino”, personagem muito conhecido na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.

Entre as centenas de provas de pedestrianismo que disputou, já com a idade avançada, Paulino colecionou 13 participações na Corrida de São Silvestre, a prova mais tradicional do país. No ano passado, ele esteve entre os douradenses que carregaram a tocha olímpica na passagem por Dourados.

Paulino ainda se recuperava de uma cirurgia para retirada de uma úlcera feita em 2014 quando descobriu que estava com câncer. No ano passado, quando já não participava mais de competições por ter ficado dez meses sem poder andar devido à cirurgia, ele chegou a anunciar que se mudaria para o interior de São Paulo, para morar com o filho mais velho. Entretanto, o ex-atleta continuou morando em Dourados, onde morreu na noite passada.

De acordo com a Secretaria de Assistência Social do município, Paulino estava acompanhado de familiares em casa quando passou mal. O Samu (Serviço Móvel de Urgência) foi chamado e chegou a levar o veterano atleta ao Hopital da Vida, mas ele morreu em seguida.

O velório ocorre na capela da Pax, na Avenida Weimar Gonçalves Torres, próximo ao Parque Antenor Martins, na região oeste da cidade. O horário do enterro ainda não foi informado.

História – Nascido no Morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro, Paulino chegou a Dourados em julho de 1974, acompanhado da esposa, Maria Amélia Josefa da Conceição, que morreu em 2015.

Vendedor ambulante de ervas medicinais, o carioca só começou a correr aos 72 anos de idade, quando começou a frequentar aulas de capoeira do Mestre Guerreiro. Paulino contava que na época era fumante e descobriu o prazer pela corrida ao participar de uma campanha patrocinada pelo Banco do Brasil para combater o tabagismo.

“Quando cheguei a Dourados, em 1974, não havia asfalto e a rua principal tinha muitos buracos. A energia era disponibilizada da casa das irmãs e ficava só até às 7 da noite, depois era desligada”, contou seu Paulino ao site Dourados News, em fevereiro do ano passado.

Campo Grande News