A advogada Nídia Maria Nardi Castilho Mendes, advogada, de 51 anos, tomou uma decisão e tanto. Voluntariou-se a doar um rim para o marido, o corretor Lino Omar Castilho Mendes, de 53 anos. Paciente renal, na fila de espera e fazendo tratamento há 4 anos, Lino recebeu com alívio a notícia de que a esposa era compatível e estava disposta a dar um pedaço de si para salvar sua vida.
“Conversamos muito, mas ela foi direta e persistente. Eu aceitei. Vai ficar marcado para o resto da vida e vai mudar tudo”, conta Lino. “Precisa de muita vontade de tomar a decisão e levar adiante a atitude. Para mim significa tê-lo ao meu lado por muito mais tempo. É muito bom saber que a gente pode ajudar e se for uma pessoa que a gente ama, é melhor ainda”, considera Nídia.
Durante a espera de 4 anos, testes feitos em familiares. “Meu irmão e minha mãe não puderam doar, pois tem problemas de saúde”, relata Lino. Então, Nídia decidiu fazer os exames para saber se era compatível. E foi assim que a advogada presenteou o próprio marido com a vida. Em coro, ambos dizem que foi um ato de amor.
História - Eles eram colegas de trabalho e a amizade evoluiu para namoro. Casaram-se há 20 anos e tiveram 4 filhos. Em 2012, começaram as complicações na saúde e a vida de Lino não foi mais a mesma. “Passei a ter uma série de restrições, desde alimentar até de locomoção”, explica.
Viajar e praticar esportes são algumas das coisas que o corretor de imóveis era impedido de fazer por causa problema de saúde renal. Desde 2013, ele precisava passar por hemodiálise regularmente e há aproximadamente um ano fazia diálise peritoneal. Tal procedimento, que é realizado em casa por um acesso constantemente aberto na região lombar diretamente até o rim, pelo qual o sangue era filtrado todas as noites.
Segundo Lino e Nilda, a espera na fila foi grande por alguns motivos. Um deles é a falta de doadores. Eles disseram que os médicos afirmam que as famílias não têm o entendimento necessário e aceitar que seus parentes falecidos sejam doadores. “As pessoas tem medo de ter algum prejuízo”, lamenta Nídia.
A Santa Casa passou por um período em que não estava realizando transplantes por necessidades técnicas, afirma a assessoria do hospital. “Havia a hipótese de irmos para São Paulo, o que seria complicado. Seria difícil deixar emprego, faculdade e tem a família. Então decidimos esperar mais um pouco”, relembra Nídia. Lino estava se mantendo com as diálises e tratamentos.
Cirurgia - Segundo a Santa Casa, a cirurgia dos dois teve início por volta das 7h30 da manhã. Nídia foi a primeira a entrar na sala cirúrgica e o procedimento levou aproximadamente uma hora. Em seguida, a equipe médica realizou realizou a operação de implante do órgão em Lino. Os dois rins foram mantidos e o implante foi realizado um pouco abaixo de um dos rins originais. Os procedimentos foram realizados sem intercorrência e concluído às 12h.
Nídia já recebeu alta e voltaria para casa na tarde desta quinta-feira (12). Desde esta quarta-feira (11), os médicos relataram que ambos estão bem e conscientes. Lino Castilho, está respondendo dentro das expectativas esperadas com o novo rim já trabalhando e urinando via sonda. Ele deve ter alta no próximo domingo (15) ou segunda-feira (16).
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