Publicado em 18/01/2017 às 08:05,
A Assembleia Legislativa inocentou os deputados estaduais Felipe Orro (PSDB) e Paulo Corrêa (PR) do processo de fraudar a folha de ponto de “funcionários fantasmas”, na visão do corregedor-geral da Assembleia, deputado Maurício Picarelli (PSDB), não houve quebra de decoro e o caso será encaminhado para o MPE (Ministério Público Estadual) assim que acabar o recesso.
Agora o processo ficará sob responsabilidade do procurador-geral de Justiça Paulo Passos para anexar ao procedimento de investigação instaurado pelo Ministério Público Estadual.
A investigação começou após a gravação de uma conversa telefônica de Felipe Orro para Paulo Corrêa, que o orientou a burlar a folha de ponto dos funcionários lotados em seu gabinete, Orro retornou uma ligação para Paulo do aparelho do pastor Jairo Fernandes, de Maracaju, mas não imaginava que a conversa estava sendo gravada.
No diálogo, Corrêa manifestou a sua preocupação sobre a divulgação de uma matéria da Rede Globo relacionada à fraude em folha de ponto em gabinetes de deputados por todo o Brasil.
Durante a ligação, Corrêa instruiu Orro a fazer uma folha de ponto fictícia para controlar a frequência de seus funcionários. “Eu sou inocente, pois na própria gravação demonstrou que não estou entendendo muito do assunto”, justificou Felipe anteriormente.
Com base na gravação do telefone do pastor, três advogados, Ilmar Renato Fonseca, João Cyrino e Fábio Lechuga Martins entraram, ainda no ano passado, com pedido de investigação no Ministério Público contra os deputados. Por isto, a Assembleia adotou a cautela para deixar o Ministério Público apurar melhor o caso.
Medidas - Devido à repercussão do caso e também aos pedidos de providências, Mochi instalou ponto eletrônico na Assembleia para controlar a frequência dos funcionários.
A OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul), também, pediu ao MPE para investigar se houve fraude.
“O diálogo choca e gera grave repulsa social pelo conteúdo de como os representantes do povo tratam a coisa pública”, afirmou a OAB em nota divulgada em dezembro de 2016.