Publicado em 23/02/2017 às 15:23,

Comando Vermelho mandou executar integrante do PCC na divisa com MS

Redação,

O narcotraficante brasileiro executado com 80 tiros na manhã de ontem (22) em Bella Vista Norte, cidade paraguaia vizinha de Bela Vista (MS), a 322 km de Campo Grande, foi mais uma vítima de guerra de facções pelo controle do crime organizado na fronteira.

De acordo com policiais paraguaios, Sérgio Ramão Vargas Ramos, 38, que usava documento falso em nome de Sérgio Orlando de Oliveira, era integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) e foi morto em ataque ordenado pelo Comando Vermelho, facção criminosa carioca inimiga do grupo paulista.

Dois dos 15 homens que teriam executado Sérgio foram presos ontem na zona rural de Bella Vista. Segundo a Polícia Nacional do Paraguai, Diego Carneiro, 29, e um adolescente de 17 anos são do Comando Vermelho.

Diego foi reconhecido através de fotografia por Fernando de Araújo Vargas, 18, filho de Sérgio e que levou um tiro na perna direita. Além de pai e filho, outro brasileiro estava com eles no momento do ataque, Fábio Muniz de Souza, que também foi ferido a tiros, chegou a ser levado a um hospital de Bela Vista (MS), mas morreu horas depois.

Casa metralhada – De acordo com o jornal ABC Color, Sérgio Vargas, o filho e Fábio foram acordados pelos pistoleiros na manhã de ontem. Pelo menos cem tiros foram disparados na casa em que estavam, na Colônia Sargento Duré, a 5 km da cidade paraguaia.

Os três conseguiram sair pela porta dos fundos e correram para uma mata próxima. A polícia foi avisada do ataque e iniciou operação para localizar os bandidos. Por volta de 10h de ontem, Fernando foi encontrado com um tiro na perna.

Ele relatou os detalhes do ataque e disse que o pai e o outro homem que estavam na casa continuavam desaparecidos. Duas horas depois os policiais encontraram o corpo de Sérgio Vargas, crivado com pelo menos 80 tiros. Fábio foi encontrado gravemente ferido e morreu no período da tarde.

Efeito Rafaat – Para a polícia paraguaia, o ataque aos brasileiros do PCC em Bella Vista Norte é mais um capítulo da guerra travada entre as facções após a execução, em junho do ano passado, do chefão do crime na fronteira, Jorge Rafaat Toumani. O PCC é acusado de ter se aliado ao narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenez Pavão para eliminar Rafaat.

Segundo agentes da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), Sérgio Vargas era um membro ativo do PCC que tentava assumir o controle do plantio e distribuição de maconha na região.

“O PCC e o Comando Vermelho tinham estabelecido uma espécie de trégua há quase duas décadas na fronteira entre Paraguai e Brasil e respeitado os negócios um do outro”, afirma o jornal ABC Color, citando fontes da polícia paraguaia.

Campo Grande News