Publicado em 01/04/2018 às 21:59,
Com demanda aquecida e estoques mundiais reduzidos, devido à quebra de safra argentina, o milho contabiliza alta de preço expressiva. Em Mato Grosso do Sul, a cotação média do grão teve alta de 46% em relação aos preços de igual período do ano passado. Com mercado favorárel, a comercialização do produto está em ritmo mais intenso que na safra anterior.
De acordo com a Granos Corretora, a saca (60 quilos) de milho terminou a semana cotada, em média, a R$ 32 em Mato Grosso do Sul. O levantamento considera os valores relativos a Campo Grande, Caarapó, Chapadão do Sul, Dourados, Maracaju, Ponta Porã, São Gabriel do Oeste e Sidrolândia. No ano passado (no dia 28 de março), o grão estava cotada a R$ 21,87 em média.
Acompanhamento da safra da Granos, divulgado no fim da semana passada, mostrou que 15,45% do milho já foram comercializados. Na safra anterior, em mesma época, havia sido vendidos 10% do grão. E esse avanço ocorre, apesar do plantio neste ano estar em ritmo ligeiramente abaixo ao de 2017: 92% da área nesta safra contra 99,7% em 2017.
A comercialização mais intensa e a valorização do grão ocorrem em momento de demanda aquecida e oferta relativamente baixa. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o consumo neste ano pode chegar a 59 milhões de toneladas, o maior volume desde 2012. “Há um incremento significativo no consumo industrial em razão da demanda por milho para a produção de etanol, bem como no setor de produção animal”, afirma a entidade.
Ainda conforme a Conab, a indústria “se antecipou no final de 2017, entrando fortemente no mercado, pagando cerca de R$ 1,00 a R$ 2,00 a saca de 60 quilos acima da paridade de exportação e formando estoques, fato não comumente praticado em anos anteriores”.
A companhia também comenta que a oferta mundial ficou comprometida pela redução da produção argentina, devido a forte estiagem. “A quebra de safra de milho na Argentina gera uma expectativa para o Brasil, que pode ocupar um espaço maior na demanda internacional, devido os Estados Unidos estarem com um volume acumulado de embarques de milho bem aquém do previsto”, nota a Conab.
Campo Grande News