Tiros para todos os lados, dezenas de caminhonetes em alta velocidade, fogos de artifício, correria, gritos e três retroescavadeiras derrubando tudo que encontrava pela frente. Homens, mulheres e crianças correndo para o mato, tentando fugir das balas de borracha e também dos tiros de verdade.
Hoje, 14 de junho, faz um ano da tentativa fracassada de um grupo liderado por fazendeiro de despejar, por conta própria, os índios que dois dias antes tinham invadido a Fazenda Ivu, no município de Caarapó, a 283 km de Campo Grande.O saldo do ataque foram seis índios feridos a tiros e um morto, o agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, 26, filho de um dos principais líderes da aldeia Tey Kuê.Atingido no peito, Clodiode caiu e morreu dentro da fazenda em disputa, onde foi enterrado, dois dias depois.Os proprietários afirmam que os índios também atiraram, mas não houve registro de feridos do outro lado do confronto. Motos abandonadas pelos índios na hora do ataque foram queimadas.Em retaliação ao ataque organizado pelos fazendeiros, os índios investiram contra um caminhoneiro que seguia na estrada ao lado da aldeia, queimaram o caminhão e uma colheitadeira que estava sendo levada para uma fazenda perto dali.
Hoje, 14 de junho, faz um ano da tentativa fracassada de um grupo liderado por fazendeiro de despejar, por conta própria, os índios que dois dias antes tinham invadido a Fazenda Ivu, no município de Caarapó, a 283 km de Campo Grande.
O saldo do ataque foram seis índios feridos a tiros e um morto, o agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, 26, filho de um dos principais líderes da aldeia Tey Kuê.
Atingido no peito, Clodiode caiu e morreu dentro da fazenda em disputa, onde foi enterrado, dois dias depois.
Os proprietários afirmam que os índios também atiraram, mas não houve registro de feridos do outro lado do confronto. Motos abandonadas pelos índios na hora do ataque foram queimadas.
Em retaliação ao ataque organizado pelos fazendeiros, os índios investiram contra um caminhoneiro que seguia na estrada ao lado da aldeia, queimaram o caminhão e uma colheitadeira que estava sendo levada para uma fazenda perto dali.
Policiais espancados – Três policiais militares que seguiam para a área de conflito também foram atacados, espancados com pedaços de pau e tiveram as armas e os coletes roubados. A viatura foi incendiada. Homens do Corpo de Bombeiros que estavam na área para socorrer os feridos impediram que os policiais fossem linchados.A rebelião indígena teve sequência nos dias seguintes. Outras duas fazendas e oito sítios menores foram invadidos, os moradores expulsos de casa e lavouras de cana foram queimadas. A estrada de acesso à aldeia Tey Kuê, que liga Caarapó, a Laguna Carapã, ficou interditada durante três dias.Após uma longa demora para a liberação do corpo em Dourados, o velório de Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza começou na noite do dia 15 de junho e o enterro aconteceu no dia seguinte.Promessa de resistência – Três deputados federais vieram de Brasília para a cerimônia – Zeca do PT (MS), Padre João (PT/MG) e Paulo Pimenta (PT/RS). Em meio ao choro e lamentação dos guaranis, as lideranças do grupo prometeram que jamais sairiam das terras ocupadas.A promessa está sendo cumprida até hoje. No dia 6 de julho, o juiz da 2ª Vara Federal em Dourados, Janio Roberto dos Santos, determinou a reintegração das fazendas. A Funai recorreu ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, em São Paulo, mas o desembargador federal Wilson Zauhy manteve a ordem de despejo.Entretanto, seis meses após as invasões, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu a reintegração. A presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, cancelou o despejo até a sentença no processo de origem, que não ocorreu até agora.A Funai alega que os índios têm direito às fazendas, que ficariam dentro dos limites da Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I.O território, que inclui uma área total de 55,5 mil hectares nos municípios de Amambai, Caarapó e Laguna Carapã, faz parte do relatório circunstanciado de identificação e delimitação, publicado em maio do ano passado ano pelo então presidente da Funai, João Pedro Gonçalves da Costa.
Policiais espancados – Três policiais militares que seguiam para a área de conflito também foram atacados, espancados com pedaços de pau e tiveram as armas e os coletes roubados. A viatura foi incendiada. Homens do Corpo de Bombeiros que estavam na área para socorrer os feridos impediram que os policiais fossem linchados.
A rebelião indígena teve sequência nos dias seguintes. Outras duas fazendas e oito sítios menores foram invadidos, os moradores expulsos de casa e lavouras de cana foram queimadas. A estrada de acesso à aldeia Tey Kuê, que liga Caarapó, a Laguna Carapã, ficou interditada durante três dias.
Após uma longa demora para a liberação do corpo em Dourados, o velório de Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza começou na noite do dia 15 de junho e o enterro aconteceu no dia seguinte.
Promessa de resistência – Três deputados federais vieram de Brasília para a cerimônia – Zeca do PT (MS), Padre João (PT/MG) e Paulo Pimenta (PT/RS). Em meio ao choro e lamentação dos guaranis, as lideranças do grupo prometeram que jamais sairiam das terras ocupadas.
A promessa está sendo cumprida até hoje. No dia 6 de julho, o juiz da 2ª Vara Federal em Dourados, Janio Roberto dos Santos, determinou a reintegração das fazendas. A Funai recorreu ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, em São Paulo, mas o desembargador federal Wilson Zauhy manteve a ordem de despejo.
Entretanto, seis meses após as invasões, o STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu a reintegração. A presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, cancelou o despejo até a sentença no processo de origem, que não ocorreu até agora.
A Funai alega que os índios têm direito às fazendas, que ficariam dentro dos limites da Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I.
O território, que inclui uma área total de 55,5 mil hectares nos municípios de Amambai, Caarapó e Laguna Carapã, faz parte do relatório circunstanciado de identificação e delimitação, publicado em maio do ano passado ano pelo então presidente da Funai, João Pedro Gonçalves da Costa.
Fazendeiros – Em agosto do ano passado, dois meses após a morte de Clodiode, os fazendeiros Nelson Buainain Filho, Dionei Guedin, Eduardo Tomonaga, o |Japonês|, Jesus Camacho e Virgílio Mettifogo foram presos pela Polícia Federal acusados de comandar o ataque aos índios.Eles passaram quase dois meses na cadeia e saíram no início de novembro, após um habeas corpus do ministro Marco Aurélio Mello, do STF.Uma semana após ganharem a liberdade, os cinco produtores rurais foram denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) por formação de milícia armada, homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, lesão corporal, dano qualificado e constrangimento ilegal. As penas podem chegar a 56 anos de prisão.Para o MPF, os fazendeiros organizaram, promoveram e executaram o ataque à comunidade Tey Kuê no dia 14 de junho. “Pelo menos 40 caminhonetes, com o auxílio de três pás-carregadeiras e pelo menos cem pessoas, muitas delas armadas, retiraram à força um grupo de aproximadamente 40 índios guarani- kaiowá da propriedade ocupada”, denunciou o MPF.O Ministério Público Federal pede a condenação criminal dos acusados e a reparação dos danos materiais e morais sofridos pelos índios, em valor não inferior a R$ 518,3 mil e R$ 1 milhão, respectivamente. O caso está na Justiça Federal em Dourados.Além dos fazendeiros, o MPF também denunciou dois índios, um deles acusado de cárcere privado qualificado, roubo qualificado, sequestro, dano qualificado e corrupção de menores.Esse índio é apontado como autor do ataque aos policiais militares. Ele teve a prisão decretada, mas não foi localizado pela polícia. Já o outro índio denunciado aparece em um vídeo gravado no dia do conflito, atirando com uma arma artesanal.
Fazendeiros – Em agosto do ano passado, dois meses após a morte de Clodiode, os fazendeiros Nelson Buainain Filho, Dionei Guedin, Eduardo Tomonaga, o |Japonês|, Jesus Camacho e Virgílio Mettifogo foram presos pela Polícia Federal acusados de comandar o ataque aos índios.
Eles passaram quase dois meses na cadeia e saíram no início de novembro, após um habeas corpus do ministro Marco Aurélio Mello, do STF.
Uma semana após ganharem a liberdade, os cinco produtores rurais foram denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) por formação de milícia armada, homicídio qualificado, tentativa de homicídio qualificado, lesão corporal, dano qualificado e constrangimento ilegal. As penas podem chegar a 56 anos de prisão.
Para o MPF, os fazendeiros organizaram, promoveram e executaram o ataque à comunidade Tey Kuê no dia 14 de junho. “Pelo menos 40 caminhonetes, com o auxílio de três pás-carregadeiras e pelo menos cem pessoas, muitas delas armadas, retiraram à força um grupo de aproximadamente 40 índios guarani- kaiowá da propriedade ocupada”, denunciou o MPF.
O Ministério Público Federal pede a condenação criminal dos acusados e a reparação dos danos materiais e morais sofridos pelos índios, em valor não inferior a R$ 518,3 mil e R$ 1 milhão, respectivamente. O caso está na Justiça Federal em Dourados.
Além dos fazendeiros, o MPF também denunciou dois índios, um deles acusado de cárcere privado qualificado, roubo qualificado, sequestro, dano qualificado e corrupção de menores.
Esse índio é apontado como autor do ataque aos policiais militares. Ele teve a prisão decretada, mas não foi localizado pela polícia. Já o outro índio denunciado aparece em um vídeo gravado no dia do conflito, atirando com uma arma artesanal.
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