O recente aumento de crimes no distrito de Anhanduí, localizado ao sul da Capital, vem preocupando os moradores do local. Para piorar a situação, também surgiram na vila, que fica às margens da rodovia BR-163, pichações com siglas da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
As inscrições também vem acompanhadas com frases de ordem da facção e o número 1533, que representa a sigla PCC (P é a 15 letra do alfabeto, enquanto o C é a 3ª, formando o número 1533). Vários prédios naquela urbe, que fica quase na divisa do município de Campo Grande com Nova Alvorada do Sul.
|Realmente, de uns tempos para cá, a criminalidade aumento aqui na vila. Tem muita gente de fora vindo morar aqui e alguns bandidos se infiltraram e vieram também. Além das pichações, também estão acontecendo muitos roubos e furtos|, frisa o subprefeito do distrito, Ernesto Francisco dos Santos.
Além de associar o aumento da criminalidade à facção paulista, Ernesto acredita que tais pichações sejam uma forma de marcar território devido a chegada de criminosos de outros grupos. |Além de roubo e furto, a droga está se alastrando pelo distrito. As pessoas estão com medo e estão sem ter a quem recorrer|.
O subprefeito ainda declara que o distrito é um ponto de passagem para muitas pessoas desconhecidas, o tornando mais vulnerável ainda. |Sou morador antigo, estou aqui há 13 anos, e antigamente não era assim. Precisamos de providências. Seria bom uma delegacia para investigar os crimes daqui|, comenta.
Insegurança - Ernesto diz que o único pelotão da PM (Polícia Militar) da cidade não atende as necessidades locais, já que quando a PM é acionada pelo 190, muitas vezes a demora para a chegada da equipe é de 20 a 30 minutos, muito para o distrito que tem pouco mais de 4 mil habitantes.
|Já a Guarda Municipal tinha uma base, mas foi suspendemos os serviços por falta de infraestrutura. Vamos reestruturar o local antes de reabrí-lo. Tinha uma viatura da Guarda também, mas ela foi batida e ficamos sem. Então o efetivo que há é um guarda no posto de saúde e três na escola|, conta Ernesto.
Questionado se há algum levantamento da subprefeitura para atender as demandas da segurança pública local, Ernesto respondeu que reuniões já foram realizadas com delegados e outras autoridades para buscar soluções para os problemas, e que elas estavam sendo encaminhadas pela prefeitura e Estado. Ele não possui números sobre a situação.
Casos - Dois casos aconteceram nos últimos sete dias na região. O primeiro deles ocorreu na sexta-feira (20), quando uma banca que vende queijo, pimenta, salame e outros produtos à beira da BR-163 foi assaltada por uma dupla que chegou armada e renderam a funcionária do local e outras pessoas que lá estavam.
|É um assalto, vira de costa e não olha pra trás se não quiser morrer|, disse um dos bandidos, conforme o registro policial. Além disso, a funcionária foi atingida por uma coronhada. O crime aconteceu durante a madrugada e os assaltantes levaram R$ 700, dizendo ainda que não levariam os celulares das vítimas porque estavam |bonzinhos|.
Já na quarta-feira (25), o posto de combustíveis Eucalipto, que também fica na beira da rodovia, foi alvo dos assaltantes, que chegaram armados e levaram dinheiro do local. A reportagem entrou em contato com o dono do posto, identificado apenas como Bueno, mas ele se negou a falar sobre o ocorrido, dizendo que tudo já estava registrado.
Em conversas por grupos de WhatsApp, moradores relatam os problemas enfrentados com a falta de segurança em Anhanduí, além de relatar casos em que houve, inclusive, tiroteio entre bandidos e policiais.
Campo Grande News