Publicado em 07/03/2017 às 16:35,
Naquela noite os primos saíram com outros amigos e estavam sentados em frente à Gazin, onde conversavam e consumiam bebidas, o celular de Rogério tocou, por volta das 00h, era sua mãe, Dona Cleia Lopes, que questionou o filho sobre onde ele estava.
Diego morreu assim que foi esfaqueado, Rogério ainda deu entrada no Hospital com vida, à primeira notícia que sua mãe recebeu ainda lhe dava esperanças de ver o filho vivo.
Dia 07 de março de 2015, era madrugada, dois jovens aproveitavam a companhia de amigos para repetirem a atividade que já era constante aos finais de semana, curtir com os amigos, colocar a conversa em dia, marcar o futebol da próxima semana.
Rogério Soares Rodrigues, 17 anos e Diego Santos Rodrigues de 21, eram primos, acostumados a saírem juntos, Diego como sempre era a segurança para a mãe de Rogério, que confiava no sobrinho por saber da forte ligação entre os dois primos, que além do laço familiar, eram também melhores amigos.
Rogério e Diego eram conhecidos pela espontaneidade, o sorriso sempre em seus rostos, as brincadeiras e “zoeiras” eram constantes entre os colegas, o dia 07 de março seria apenas mais um na vida dos dois, mas uma tragédia acabou colocando ponto final em suas histórias, mas deixou uma enorme interrogação para a família.
“Quando liguei pra ele, ele falou que estava comendo um lanche e assim que acabasse viria pra casa, depois disso peguei no sono”, relata Cleia, que até hoje chora ao lembrar-se do filho.
Rogério não voltou pra casa, minutos depois de ter conversado com a mãe, ele o primo Diego se separaram do grupo de amigos, que foi para outro aglomerado, em frente à Romera, na Avenida Dorvalino dos Santos.
Os primos foram sozinhos para a Praça Central e logo na esquina, encontraram o autor, de acordo com informações da Polícia Civil de Sidrolândia, a suspeita é de que as vítimas tinham uma rixa com o assassino.
Uma discussão foi iniciada entre as partes envolvidas, o autor na época com 17 anos se armou com uma faca e no momento de tensão, atingiu cruelmente um golpe fatal no pescoço de Diego, Rogério ficou sozinho, viu seu primo cair praticamente morto em sua frente e desesperado tentou correr em direção aos amigos, mas também foi alcançado e atingido com dois golpes de faca.
Após ter esfaqueado as duas vítimas, o autor seguiu pela Rua Sergipe em direção a Igreja Matriz e não foi mais visto por testemunhas, Rogério conseguiu caminhar mais alguns metros, porém logo perdeu as forças e caiu, sendo socorrido por amigos que o encaminharam até o Hospital Dona Elmíria Silvério Barbosa.
“Por volta das 01h40 da madrugada, acordei com duas pessoas me chamando dizendo que meu filho tinha levado uma facada e não estava bem, corri para o hospital, até então não sabia da morte do Diego, no caminho tentei ligar para o Diego para sabe o que tinha acontecido, porque eles estavam sempre juntos” disse a mãe de Rogério.
Ela continua o relato até falar sobre o pior momento de sua vida, quando recebeu a terrível notícia de que seu filho não havia sobrevivido. “Chegando ao hospital, perguntei a um policial se sabia de alguma coisa e ele sem enrolação já me disse que meu filho estava morto, assim como meu sobrinho Diego”, finaliza Cleia.
Investigação – Ao contrário do que muitas pessoas acham, o autor foi identificado e chegou a ser preso em outro município, meses após cometer o crime, na época não foram reveladas muitas informações para a investigação não ser prejudicada.
No dia 13/05 de 2015, exatamente 67 dias após o crime, a justiça emitiu o mandado de busca e apreensão ao autor, pois o mesmo era menor de idade com apenas 17 anos, seu nome não foi revelado, pois outros suspeitos que foram expostos receberam ameaças de morte.
Para chegar até a identificação do autor, a Polícia Civil de Sidrolândia ouviu mais de 75 pessoas, entre testemunhas, familiares e amigos das vítimas e dos suspeitos, o autor foi preso em Bodoquena no dia 11 de fevereiro de 2016, mas acabou sendo solto em seguida por motivos não revelados. Hoje o autor esta com novo pedido de prisão decretado e se encontra foragido da justiça.
Suspeito inocentado, mas prejudicado – O primeiro suspeito de ter cometido o assassinato dos primos acabou sendo descoberto por amigos das vítimas, mesmo sem provas de que ele foi o autor do crime, acabou sendo prejudicado, pois teve sua residência e seu veículo apedrejados logo após ser liberado da Delegacia de Polícia.
A suspeita começou após testemunhas afirmarem terem visto o rapaz na Praça Central no dia do crime e ele havia comprado o carro de Diego e não concluído o pagamento, por esse motivo foi um dos principais suspeitos na época, mas logo provou sua inocência.
Dor eterna - “Engana-se quem pensa que a minha dor passou, essa dor nunca ira passar, é uma ferida que sangra todos os dias, como uma mãe e um pai pode esquecer um filho? jamais! Quem fez isso com um pai e uma mãe não tem coração, se o assassino fosse preso não ia trazer meu filho de volta, mas ia amenizar minha dor, só quero que haja justiça nesse país”, finaliza Cleia.
Rallph Barbosa – Noticidade