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Tribunal de Justiça nega habeas corpus a acusada de matar idosa em Sidrolândia em 2017

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Sede do Tribunal de Justiça

A 2ª Câmara Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negou habeas corpus a Sherry Silva Maciel, acusada do assassinato da idosa Lídia Ferreira de Lima, 61 anos, em fevereiro de 2017 em Sidrolândia. Karina Beatriz Ferreira de Lima também está presa e responde pelo crime. Karina foi candidata à vereadora pelo PT de Sidrolândia em 2016, ela era merendeira na Escola Catarina de Abreu.

Conforme decisão, a defesa de Sherry recorreu pedindo revogação da prisão preventiva ou substituição por medidas cautelares em razão do coronavírus (Covid-19), conforme recomendação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que orientava sobre a revisão da necessidade da manutenção da custódia neste período de pandemia.

No entanto, o desembargador Jonas Hass Silva Júnior lembrou que tal recomendação, não sugeriu, de forma indiscriminada, a soltura de presos pelo risco de contágio. “Assim, sendo demonstrada de forma fundamentada a necessidade da custódia, não há falar no desencarceramento da paciente”, afirmou em sua decisão.

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Corpo da vítima foi encontrado as margens da MS-162 em Maracaju. (Foto: Arquivo - Maracaju Speed) 

O crime - De acordo com o inquérito, Sherry Silva Maciel (35) e Karina Beatriz Ferreira de Lima (45), assassinaram Lídia dando-lhe remédio para dormir e em seguida enrolaram seu rosto em plástico filme, matando a idosa por asfixia. Depois, elas levaram o corpo até Maracaju, jogaram às margens de uma rodovia MS-162 e atearam fogo para dificultar a identificação. As investigações tiveram início sem a devida identificação, mas após um ano, um familiar realizou confronto das impressões digitais e foi possível identificar a vítima.

Diante das provas, a polícia representou pela prisão de Karina e Sherry, que foram cumpridas entre os meses de abril e maio de 2019, com o desfecho do caso e conclusão do inquérito pela delegacia de Maracaju. Elas foram interrogadas e nos depoimentos imputam uma à outra a autoria do crime.

Durante o trabalho policial foi apurado que a vítima estaria passando por problemas psicológicos devido a uma doença que enfrentava, aliada a dor que sentia com a morte da mãe. Foi nessa época, em um centro religioso, que a idosa conheceu Karina Beatriz, que aproveitou da fragilidade mental da vítima e a levou para sua casa em Sidrolândia. A mulher sabia que a idosa possuía uma aposentadoria e era herdeira de um espólio.

Com o tempo, Karina ganhou a confiança de Lídia, e passou a cuidar dos assuntos particulares da vítima, como transações e saques bancários. A vítima morou na residência da Karina por mais de dois anos e era mantida trancada em um quarto, que ficava nos fundos da casa.

Tudo mudou quando a família de Lídia ingressou com ação de interdição. Karina previu a possibilidade de ser responsabilizada por vários crimes e iniciou seu plano para matar a vítima. Ela chegou a relatar para a família, que a idosa tinha namorado em Maracaju e estaria indo morar com ele.

Karina e Sherry deram uma substância que fez a vítima dormir, e em seguida a enrolaram em plástico filme, o que levou a vítima a morte por asfixia. Depois, colocaram o corpo no banco da frente do carro de Karina e percorreram vários quilômetros pela rodovia até chegar próximo a Maracaju. Elas desceram o corpo do veículo, jogaram substância inflamável e atearam fogo para dificultar a identificação.