Publicado em 01/09/2019 às 19:38,

Recém nomeada, reitora é acusada de beneficiar alunos que fraudaram cotas

Campo Grande News,
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Divulgação

Nomeada pelo governo Bolsonaro em junho sob protesto de estudantes e professores que a consideram “interventora”, a reitora temporária da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) Mirlene Damázio está sendo acusada de passar por cima da lei, e, à revelia, reintegrar seis estudantes de medicina desligados por fraude.

Eles ingressaram na universidade por meio da lei de cotas, mas como não são pretos, nem pardos, muito menos indígenas, como exige a legislação, foram excluídos e o caso foi parar no Judiciário.

A reportagem apurou que a ex-reitora Liane Calarge rejeitou todas as tentativas de acordo propostas pelos alunos por terem ingressado na universidade através de fraude. Agora, no entanto, a reitora temporária deu novo desfecho à história e mandou reintegrar os acadêmicos.

A UFGD alega que a decisão foi tomada como solução consensual para acabar com o conflito e que a medida traz benefícios sociais (leia abaixo a nota completa da Universidade). Entretanto, a medida virou alvo de protesto nas redes sociais e novas manifestações já estão programadas pela comunidade acadêmica.

O caso – Conforme denúncia que chegou ao Campo Grande News, os seis alunos reintegrados por ordem de Mirlene Damázio fraudaram as regras das cotas PPI (preto, pardo e indígena), foram reprovados por duas comissões da universidade e desligados.

“A reitora que deveria afastar corruptos, fechou acordo na calada com advogados dos alunos para que eles voltem a estudar. A Faculdade de Medicina recebeu um e-mail de ordem dela para reincluir o povo”, diz a denúncia encaminhada à reportagem.

O Campo Grande News teve acesso ao comunicado enviado pela Secretaria de Coordenação do curso de medicina informando sobre a medida: “Boa tarde, professores! Por decisão de ordem da reitora pro tempore Mirlene, conforme termo de composição judicial recebido em 27/08/2019, segue abaixo a lista de alunos reintegrados e aptos a frequentarem as aulas no segundo semestre de 2019”. A lista tem os nomes e número de inscrição de seis alunos, dois da turma de 2016 e quatro da turma de 2018.