Dois novos óbitos por dengue foram confirmados em Mato Grosso do Sul, e 2.834 pessoas foram infectadas pela doença na última semana, segundo informações divulgadas pelo boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES).
As duas mortes, de um homem de 64 anos e uma mulher de 39 anos, foram notificadas em Três Lagoas que é o segundo município com o maior número de casos prováveis da doença (2.086), atrás apenas de Corumbá (2.602). Campo Grande aparece em terceiro, com 1.579 casos prováveis de dengue.
Dos 79 municípios do Estado, 45 estão em estado de alerta, apresentando alta incidência da doença, ou seja, registrando mais de 300 casos por 100 mil habitantes. Sidrolândia e Maracaju estão na lista, além de Batayporã, Alcinópolis, Bodoquena, Jaraguari, Antônio João, Itaporã, Corumbá, Ladário, Bonito, Cassilândia, Bela Vista, Juti, Caracol, Três Lagoas, Brasilândia, Figueirão, Água Clara, Ivinhema, Jardim, Miranda, Deodápolis, Guia Lopes da Laguna, Laguna Carapã, Naviraí, Rio Verde de Mato Grosso, Sonora, Pedro Gomes, Vicentina, Caarapó, Angélica, Bataguassu, Rio Negro, São Gabriel do Oeste, Coxim, Anastácio, Camapuã, Aral Moreira, Taquarussu, Porto Murtinho, Rochedo, Ponta Porã, Itaquiraí e Anaurilândia.
Os dados divulgados pelo Boletim Epidemiológico ainda apontam que, nas primeiras 11 semanas de 2023, foram registrados 16.723 casos prováveis da doença. Até o momento, sete óbitos foram confirmados, e três permanecem em investigação.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o Estado registra um aumento de 611,9% no número de casos prováveis. Nas primeiras 11 semanas de 2022, foram registrados 2.349 casos prováveis de dengue, 14,3 mil a menos do que os registrados atualmente.
Entre os dias 20 e 24 de março, o Ministério da Saúde esteve em Mato Grosso do Sul para realizar visita técnica e discutir ações estratégicas de enfrentamento às arboviroses, em especial a dengue e a chikungunya.
As autoridades de saúde recomendaram que os municípios desenvolvam trabalhos específicos para a eliminação dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão das doenças, que se reproduz em água parada.
“Ainda estamos no período de muita chuva que por consequência se criam reservatórios de água, por muitas vezes estão localizadas em nossa própria casa. A população é a protagonista desta ação de prevenção, elimine qualquer foco de água parada e não deixe lixo acumulado, siga todas as recomendações. Proteja você e à sua família”, reforçou a secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone.
AUMENTO SAZONAL
Em entrevista ao Correio do Estado no mês de fevereiro, a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau), Veruska Lahdo, destacou que o Estado e a Capital estão passando por um período sazonal de aumento de casos ocasionados pelo mosquito Aedes aegypti.
Segundo Veruska, durante o verão, é comum o aumento significativo das três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, zika e febre chikungunya.
“E no nosso município [Campo Grande] temos a circulação desses três vírus, por isso, é importante reforçarmos a toda a população os cuidados necessários para evitar essas arboviroses”, salientou Veruska.
De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, desde novembro do ano passado, a Sesau vem intensificando o trabalho de controle desses vetores por meio da Operação Mosquito Zero, realizada nas sete regiões da Capital, e de todas as ações de rotina, como visitas às casas, feitas pelos agentes de endemia.
Segundo o Ministério da Saúde, as infecções por dengue, chikungunya e zika podem, ainda, resultar em várias síndromes clínicas, desde doença febril branda até febres hemorrágicas e formas neuroinvasivas, que podem ser casos agudos de encefalite, mielite, encefalomielite, síndrome de Guillain-Barré ou outras síndromes neurológicas centrais ou periféricas, diagnosticadas por médico especialista.
Os principais sintomas da dengue são:
Febre alta > 38°C;
Dor no corpo e articulações;
Dor atrás dos olhos;
Mal estar;
Falta de apetite;
Dor de cabeça;
Manchas vermelhas no corpo.
(Com informações de Mariana Moreira)