Lavouras de Sidrolândia e Maracaju receberão os técnicos do Rally da Safra a partir desta terça-feira (6) para avaliação das lavouras de soja. O Rally da Safra é um dos principais eventos do agronegócio brasileiro, onde os técnicos avaliam as lavouras.
Com uma produtividade média pré-rally estimada em 59 sacas por hectare (contra 63,8 sacas por hectare na safra passada), o Mato Grosso do Sul apresenta dois cenários distintos na produção da soja: a região Sul registrou o mês de dezembro mais seco e quente, porém as chuvas retornaram na virada do ano, favorecendo o desenvolvimento das lavouras. É fundamental a manutenção das chuvas para evitar que haja estresse hídrico, trazendo perdas. Já a região Norte do Estado apresenta perdas consolidadas em função do prolongamento da janela de plantio e de longos períodos de estiagem.
“Este é um momento importante da safra para avaliarmos as áreas de soja. Procuramos fazer amostras das lavouras com a colheita em andamento, de preferência com 20% a 50% das áreas colhidas, obtendo assim um quadro melhor da situação e considerando as diferenças entre as lavouras e as diferentes épocas de plantio”, diz o coordenador da expedição, André Debastiani.
O que é o Rally do Safra?
Projeto pioneiro no país, iniciou-se em 2004 e é o único levantamento de safra técnico privado que vai a campo para avaliar as condições das lavouras de soja e milho. A expedição é realizada entre janeiro e junho, durante a fase de desenvolvimento das lavouras e colheita. O roteiro é escolhido com o objetivo de percorrer os principais polos produtores de soja e milho do país.
Para adquirir as informações, a equipe do Rally da Safra utiliza levantamentos qualitativos e quantitativos, que permitem um contato direto com produtores e lideranças regionais e possibilitam uma avaliação consistente das lavouras e das realidades regionais que impactam a cadeia de soja e milho.
Durante a avaliação quantitativa das lavouras, diretamente no campo, amostras são coletadas e aplica-se uma metodologia de contagem, pesagem e medição de umidade dos grãos com o objetivo de determinar a produtividade das lavouras.
As regiões de Naviraí, Ponta Porã, Dourados, e Campo Grande também receberão visita dos técnicos. O Rally retorna ao MS mais uma vez no final deste mês para avaliar o oeste e o norte do Estado.
Tecnologia ajuda trabalho de campo
Para planejar o Rally da Safra e definir as rotas, são utilizadas imagens de satélite de cada região. No dia a dia, os técnicos fazem o levantamento quantitativo e qualitativo das lavouras escolhidas aleatoriamente. No quantitativo, analisam os componentes de rendimento da soja, contando os números de plantas, de vagens por planta e de grãos por vagem para ter uma visão do comportamento das lavouras em cada região, levando em consideração o ciclo do cultivar, ou seja, as variedades prontas para colheita e outras que ainda precisarão de mais tempo. O peso e a umidade dos grãos também são fundamentais para estimar a produtividade.
Já o levantamento qualitativo inclui a análise de pragas, doenças, o uso do plantio direto e outros indicadores que auxiliam a compor a estimativa de safra. A metodologia consolidada em 20 edições do Rally permite voltar a campo anualmente e entender o cenário para fazer a estimativa de safra.