O recente aumento de casos confirmados e óbitos por febre maculosa em diferentes regiões do Brasil tem gerado preocupação em Mato Grosso do Sul, embora o estado não tenha registrado nenhum caso da doença desde fevereiro de 2018, quando um homem de 34 anos contraiu a doença após uma viagem a uma área rural de Sidrolândia.
Foi confirmada a morte de uma adolescente de 16 anos, na terça-feira (13), que estava internada em Campinas, no interior do estado, sob suspeita de febre maculosa. A causa da morte ainda não foi confirmada, mas a jovem esteve presente em uma festa realizada na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, onde outras três pessoas contraíram a doença e faleceram no último dia 8 de junho. A Secretaria de Saúde do município confirmou a informação.
Embora Mato Grosso do Sul não tenha registrado casos recentes de febre maculosa, é importante destacar que a doença acomete principalmente a população economicamente ativa, entre 20 e 49 anos, e que cerca de 10% dos registros no Brasil são em crianças menores de 9 anos, e da área rural. Portanto, é imprescindível estar atento aos sintomas e buscar atendimento médico imediato em caso de suspeita da doença.
Como é a transmissão?
A febre maculosa brasileira é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e é transmitida pela picada do carrapato do gênero Amblyoma infectado. Cavalos, cachorros e até mesmo capivara, animal muito comum em MS, desempenham um papel importante no ciclo de transmissão da doença, atuando como amplificadores de riquétsias (parasitas) e transportadores de carrapatos potencialmente infectados.
Embora Mato Grosso do Sul não tenha registrado casos recentes de febre maculosa, é importante destacar que a doença acomete principalmente a população economicamente ativa
A doença apresenta um período de incubação que varia de 2 a 14 dias e seus sintomas incluem febre acima de 39°C, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, diarreia, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e solas dos pés, gangrena nos dedos e orelhas, paralisia dos membros e, em estágios avançados, o aparecimento de manchas vermelhas no pulso e tornozelo.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico precoce da febre maculosa é desafiador, pois os sintomas iniciais podem ser confundidos com outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, salmonelose, meningoencefalite, malária e pneumonia por Mycoplasma pneumoniae.
Os principais fatores de risco para contrair a febre maculosa incluem residir em áreas rurais ou arborizadas, conviver com animais domésticos, como cachorros e cavalos, e a remoção inadequada de carrapatos do corpo, que pode permitir a entrada da bactéria por meio de uma abertura na pele.
Como posso me prevenir?
Medidas preventivas são essenciais para evitar a febre maculosa, como utilizar roupas claras para facilitar a identificação de carrapatos, vestir calças, botas e blusas com mangas longas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas, evitar locais com grama alta, verificar a presença de carrapatos no corpo após 3 horas de exposição e removê-los corretamente com uma pinça, lavando o local da picada com álcool, água e sabão.
É fundamental que a população esteja ciente dos riscos da febre maculosa e adote medidas preventivas adequadas, principalmente aqueles que vivem em áreas de risco, frequentam ambientes de mata, rio e cachoeira e possuem exposição a carrapatos e animais domésticos. A conscientização e o cuidado individual são fundamentais para reduzir a incidência da doença e proteger a saúde de todos.
A conscientização, a prevenção e o cuidado são as melhores armas para combater a febre maculosa e garantir a segurança e o bem-estar da população sul-mato-grossense.
(Com informações do site A Crítica)