Publicado em 31/01/2021 às 20:32,
O escoamento da colheita da safra de soja afasta caminhoneiros de paralisação em Mato Grosso do Sul. Ou seja, apesar da alta de 4,4 % no diesel, é período de aumentar a renda com os fretes.
“A grande maioria entende que vamos continuar trabalhando. Começa a colheita da soja”, afirma o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de MS, Roberto Sinai.
Mobilização nacional promete greve a partir de amanhã após aumento de 4,4% do diesel nas refinarias, anunciado na terça-feira (dia 26). No Estado, onde há 200 mil caminhões registrados, o sindicato descarta paralisação massiva.
“A nossa escolha é reivindicar trabalhando. Só se paralisa quando se esgota a possibilidade de negociação. É uma paralisação muito mais para satisfazer egos de representantes do que buscar benefício para a categoria”, diz Sinai.
Outro motivo alegado para não embarcar em greve é não prejudicar a sociedade. No ano de 2018, a paralisação foi em maio e resultou desabastecimento, principalmente de gasolina, no Estado.
No entanto, apesar de descartar a greve, ele relata uma rotina de dificuldades para os caminhoneiros nas estradas. “Em Mato Grosso do Sul, o pedágio é caríssimo. Mas sem investimento na rodovia. São seis anos levando o nosso dinheiro embora. Não tem nem parada de descanso”, afirma.
A área plantada de soja no Estado é estimada em 3,6 milhões de hectares, com aumento de 7,55% quando comparada com a área da safra 2019/2020. A projeção é de uma produção de 11,5 milhões de tonelada.
De acordo com a Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), 60% da safra já foi comercializada antecipadamente. O dado foi divulgado na última quarta-feira (dia 27).
Efeitos - No movimento nacional, o principal motivo do protesto é a alta do preço do diesel. Também é reivindicada uma revisão no reajuste na Tabela do Piso Mínimo de Frete para o transporte rodoviário de carga.
Na última sexta-feira (dia 29), a CCR MS Via pediu liminar para proibição de bloqueios na BR-163. A via, que se estende por 845 km entre Mundo Novo e Sonora, é administrada pela concessionária.