Pessoas que estavam em situação de rua e com dependência química, em Campo Grande, são alfabetizadas através da ação de voluntários do Sonhar sem Fronteiras. 20 acolhidos fazem parte da primeira turma do curso de alfabetização oferecido no Projeto Fraternidade na Rua, da Organização humanitária Fraternidade sem Fronteiras (FSF), em parceria com a Clínica da Alma. As aulas são realizadas de forma on-line, às quartas e sextas-feiras, por professores voluntários.
Manuseando um lápis pela primeira vez durante os 52 anos de vida, Rubens dos Santos abraça a oportunidade antes nunca tida. “Eu demorei muito para estudar, nunca tinha pego um lápis. Vou aproveitar ao máximo essa oportunidade e ampliar a minha percepção de vida”, comemora.
O curso é dividido em dois níveis, de acordo com o grau de aprendizado de cada acolhido, com duração de seis meses cada.
Para a fundadora e coordenadora do Sonhar Sem Fronteiras, Daniela Borges, o curso de alfabetização é mais um sonho realizado. “É emocionante ver o esforço de cada um para escrever apenas uma letra”, comenta.
A professora de português, Pauline Jardini, reconhece os desafios do ensino on-line, mas se sente feliz com a experiência. “Percebo neles uma vontade muito grande em aprender e uma dedicação imensurável”, orgulha-se dos alunos.
Com apenas o ensino fundamental completo, Genivaldo Cabral, 51 anos, sabe ler e escrever, mas enxerga a oportunidade como uma possibilidade de melhores perspectivas para o futuro. “Parei de estudar há muitos anos, o curso me dará não só aprendizagem, mas a oportunidade de um emprego melhor”, finaliza.
Uma das coordenadoras do local, a pastora Raquel Chaves, explica que a ideia da alfabetização surgiu quando a necessidade dos acolhidos foi percebida. “Notamos que alguns sabiam ler, mas não sabiam escrever ou vice-versa. Agora, alfabetizados, essas pessoas terão o seu horizonte ampliado”, finaliza.
O Sonhar sem Fronteiras iniciou-se com aulas de inglês, informática, matemática, português, artesanato e diversos cursos técnicos em Moçambique, na África. As atividades são oferecidas por professores voluntários e com aulas on-line e presenciais, por meio de caravanas, com o apoio da Fraternidade sem Fronteiras. Em 2021, o grupo de voluntários decidiu expandir as atividades ao Projeto Fraternidade na Rua, em Campo Grande. Sobre o Fraternidade na Rua - O projeto Fraternidade na Rua atua de forma expansiva na criação, manutenção e ampliação de diversas frentes de trabalho na transformação de pessoas em situação de rua no Brasil. É mantido pelo sistema de apadrinhamento, doações e mobilização de voluntários sensíveis à causa. Atualmente são cinco polos de trabalho: Campo Grande – MS, Uberlândia – MG, Belo Horizonte – MG, São Paulo – SP e Rio de Janeiro – RJ.
Sobre a Fraternidade sem Fronteiras - A FSF é uma Organização humanitária e Não-Governamental, com sede em Campo Grande (MS) e atuação brasileira e internacional. A instituição existe há 11 anos, possui 68 polos de trabalho, 10 projetos no Brasil na África subsaariana e mantém centros de acolhimento, oferece alimentação, saúde, formação profissionalizante, educação, cultivo sustentável, construção de casas e ainda, abraça projetos de crianças com microcefalia e doença rara.
Todos os trabalhos são mantidos por meio de doações e principalmente pelo apadrinhamento. Com R$ 50 mensais é possível contribuir com um projeto e fazer a diferença na vida de muitas pessoas. Mais informações podem ser obtidas pelo site www.fraternidadesemfronteiras.org.br
(Com informações de Viviane Freitas Assessora de Imprensa – FSF)